Larissa Carvalho Correia (petalacompetala@hotmail.com)
Hoje a saudade veio bater em minha porta, ela não mencionou em palavras os motivos da visita, não limpou os pés no tapete, não sorriu, apenas assentiu brevemente e se instalou em meu sofá. A chuva que ela deixou escorrendo lá fora ainda trazia seu peso aqui pra dentro, senti minha sala navegar em tristes gotas, vi a lama sair de algum buraquinho onde se reprimiu por algum tempo antes de vir à tona. Não haviam perguntas óbvias a fazer, de todos os tipo de resposta eu já sabia.
Sei muito bem quem és tu, saudade, sei o que te motiva, sei suas razões. Pensando nisso sentei e olhando essa saudade que falava de lembranças de um verão passado onde o sol brilhava um olhar, esquentava um coração e queimava um lugar. Depois disso lembro pouco, a saudade me apagou a memória e foi embora pro passado deixando minha sala recheado de um puro e completo nada.
Agora me diz alguém, pior viver em companhia da saudade querida ou sozinha com uma memória repelida.
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