Nosso primeiro patrono foi o corpo e a alma do jornal até o dia em que morreu, 23 de fevereiro de 1973, e seu nome ficou marcado para sempre não só na história de A VOZ DA SERRA como no município, o que por si só demonstra a importância do jornal que fundou.
Américo Ventura Filho – ou Venturinha, como também era conhecido – foi um homem incomum, pioneiro e talentoso. Acima de tudo, uma pessoa com uma ética muito grande e uma moral ilibada, que jamais compactuou com a mentira ou interesses escusos. Tinha um caráter irrepreensível, uma história sem manchas e foi um exemplo, um modelo, para seus filhos, parentes, amigos e todos que tiveram o privilégio de conviver com ele.
Sua grande paixão, além da família, era A VOZ DA SERRA, que foi fundada para ser surgiu para ser um porta-voz das ideias e ideais do PSD, partido do qual era membro atuante e entusiasmado. Quando o PSD friburguense resolveu fechar o jornal, não hesitou um instante em assumi-lo, mesmo dispondo de pouquíssimos recursos financeiros e sem poder contar com muitos anunciantes ou com apoio da prefeitura, até porque nunca foi um homem de pedir nada a ninguém. Acreditou no sonho e o levou adiante, na cara e na coragem, por sua própria conta e risco. Nunca visou lucro. Queria, isso sim, que seu jornal fosse publicado semanalmente e só. E assim foi tocando seu jornal, edição após edição, ano após ano.
Redigia todas as matérias de ponta a ponta, com seu estilo único e inconfundível. Venturinha era daquele tipo de jornalista que já nasce pronto. Tinha um espírito arguto e uma capacidade extraordinária de reconhecer uma notícia antes mesmo que sua importância fosse notada por qualquer pessoa, além de um texto brilhante, do tipo que já sai pronto, sem necessitar de retoques.
Não sem razão, sentia um imenso e justificado orgulho por A VOZ DA SERRA. Colocava em prática um jornalismo que poderíamos taxar de agressivo e mordaz (o que os leitores da coluna "A VOZ DA SERRA há 50 anos” podem constatar), mas que, sem dúvida era coerente com suas posições políticas em defesa dos ideais de Nova Friburgo. Caso contrário, não tenham dúvida, nada daquilo que está ali sairia publicado.
Hoje, 69 anos depois, somos o segundo jornal mais antigo do Estado do Rio em atividade. Ao longo deste tempo, já enfrentamos e superamos todo tipo de obstáculos e dificuldades. Mas continuamos aí, sempre afinados com as características impressas pelo velho Ventura: ser um jornal vibrante, noticioso, combativo e participante. Sem deixar de lado, nem por um momento, a ética, a honestidade e a busca da verdade.
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