O projeto Aprender, da Secretaria Estadual de Educação, destinado aos institutos de educação, com o intuito de que seja investida verba para incentivar os estudantes do Curso Normal (formação de professores) a trabalhar com crianças do ensino fundamental, principalmente com a leitura, a escrita e as artes, foi apresentado na última quarta-feira, 18, com contações de história na Praça Dermeval Barbosa Moreira e, na quinta-feira, 19, com o Hino Nacional Brasileiro, o Hino da Bandeira e o Hino Pan-Africano, no Instituto de Educação de Nova Friburgo (Ienf). O evento contou ainda com apresentação de dança das alunas do primeiro ano do ensino fundamental e jogos de capoeira.
“O projeto começou este ano e acredito que se estenda, porque no dia 28 nós iremos ao Rio e a Secretaria de Educação fará o encerramento do projeto lá, juntando todos os institutos do estado, para que sejam apresentados os trabalhos e sabermos o que foi feito em cada instituto”, disse a diretora geral do Ienf, Sandra Pirazzo.
O projeto foi implantado no início do ano, precisamente em fevereiro, com verba própria e com o objetivo de dar suporte às normalistas, e fazer com que elas possam trabalhar com as professoras de disciplinas pedagógicas a leitura, escrita e arte para a melhoria na qualidade de ensino.
O evento contou com a participação de todos os alunos do ensino fundamental, do 1º ao 5º anos. No entanto, cada aluno teve uma participação diferente. Coube às alunas do 1º ano (antigo CA) a dança, coordenada pela aluna do curso normal, Isaina Aguiar Leandro. Encantada com a dança, a pequena Clíssia Cabral Lier, de 7 anos, aluna cadeirante do primeiro ano do ensino fundamental, disse: “Gostei de tudo, ensaiamos mais ou menos uns três dias”.
De acordo com a normalista Isaina, o evento foi uma mistura de dança brasileira com africana, que são um pouco parecidas. O trabalho foi realizado com as crianças há quatro semanas, e não foi difícil. Para ela, o mais interessante foi a aluna Clissia ficar superinteressada e fazer questão de participar. Ainda segundo Isaina, o projeto surgiu de uma conversa dela com a professora de arte, Rose Borges. “Conversei com a Rose e soube que ela já tinha visitado a África. Ela trouxe uns vídeos, uns outros tipos de projetos desenvolvidos em outros lugares. Como eu convivo com dança e gosto muito de dança, foi mais fácil ainda eu pegar um pouquinho desses passos e, assim, desenvolver com as crianças”, completou Isaina
O projeto Aprender é interligado ao projeto África e veio somar a uma outra iniciativa. Daí surgiu o projeto Brasil – África, onde foram trabalhadas a pesquisa, a história, geografia, português e literatura. São 57 nações africanas e os alunos fizeram questão de saber de todas, e dentro do projeto foi estudado o português e toda palavra da língua do idioma africano que foi introduzida no contexto da língua portuguesa. “Como agora é lei estudar a cultura africana em todas as escolas, e nós já estávamos trabalhando, o projeto Aprender veio somar”, disse a orientadora pedagógica Lúcia Corrêa da Fonseca.
A diretora Sandra convidou a professora de arte, Rose Borges, para implementar o projeto com a arte, pelo motivo de não haver professores suficientes para atender a demanda do ensino fundamental. “Estou participando do projeto e desenvolvendo uma série de atividades artísticas para incentivar nas crianças a leitura e a escrita, o trabalho em cima de fotografia. Eu fotografei cada aluno e imprimi em preto e branco a foto de cada criança e eles fizeram a decoração em cima do tema da África”, falou a professora de arte.
Com vários materiais inusitados como feijão e fubá, além de papel e argila, as crianças usaram a criatividade para enfeitar as fotos e criar algumas máscaras africanas e colares. As turmas trabalharam sempre todas as terças-feiras em conjunto, em prol do projeto. “Trabalhei com todas as turmas do ensino fundamental juntamente com estagiárias do curso normal. Foram selecionadas cinco estagiárias para implementar o projeto junto comigo”, declarou a professora Rose.
Deixe o seu comentário