Quem gosta de fotos antigas de Nova Friburgo ou mesmo da história da cidade não pode deixar de ver a exposição "Nova Friburgo ontem e hoje – um mesmo olhar”, trabalho desenvolvido por alunos do nono ano do ensino fundamental e primeiro e segundo anos do ensino médio do Colégio Nossa Senhora das Dores. Eles foram orientados pelo professor de arte e educação Mario Moreira.
As fotos mesclam, no mesmo ângulo, fotos antigas e atuais, com um efeito muito interessante. A ideia — inspirada no trabalho de um fotógrafo húngaro — foi envolver os jovens alunos na arte da fotografia no universo deles próprios. Mario teve como objetivo mostrar que a arte está no dia a dia de cada um, em suas mãos e que eles podem ser produtores de arte também. Basta terem uma máquina fotográfica ou um celular.
Mario destacou que ninguém ama o que não conhece. "Ninguém vai amar esta cidade, cuidar bem dela se não conhecê-la; sua história, mudanças, evolução. Foi a maneira que eu arrumei de incentivar os alunos a procurar os pontos da cidade”, salienta. O professor pesquisou as fotos na internet, as imprimiu e distribuiu entre os alunos com a orientação de que procurassem o mesmo ângulo e fizessem nova foto, que seriam misturadas depois.
Cada um no seu ritmo, os alunos se dividiram em grupos, cada qual responsável por determinadas fotos. A montagem foi feita por Mario e dão um efeito que tem encantado a todos. Juntam figuras dos séculos passados com o atual, carros antigos e novos, dando oportunidade tanto aos alunos quanto aos apreciadores de perceberem o que a cidade perdeu, em termos de personalidade, conforto, funcionabilidade. Para cada foto antiga apresentada para o trabalho, Mario procurou instigar os alunos a pesquisar um pouco da história, que foi discutida em sala de aula, abordando as mudanças verificadas. Um exemplo: as fotos mostram o trem, inserido que estava na realidade da cidade, pois passava em pleno Centro. As pessoas costumavam marcar seus horários pela sua passagem.
Os próprios alunos se surpreenderam com as fotos trabalhadas, garante Mario, e o resultado final, além de fazer com que os estudantes descubram a cidade, tem provocado muitos comentários entre os que veem a exposição. O professor adverte que esses jovens serão, no futuro, médicos, engenheiros, prefeitos, vereadores e deputados — e poderão mostrar esse trabalho para filhos e netos. Ele nutre também a expectativa de que esse tipo de trabalho possa ser repetido e que a realidade de então seja melhor do que a atual. Afinal, tudo se transforma. "Mas, que a cidade perdeu um pouco o rumo do seu crescimento, perdeu”, observa.
Mostra segue até fevereiro de 2014
As 60 fotos da exposição "Nova Friburgo ontem e hoje – um mesmo olhar” estão expostas no CNSD desde 18 de novembro e seguem em exposição até o mês de fevereiro do próximo ano. Podem ser vistas pelo público inclusive durante as férias, pois o colégio estará aberto para matrículas, além da capela, com suas tradicionais missas das 11 horas aos domingos.
Segundo Mario, há a possibilidade de a exposição sair do colégio e até de Nova Friburgo para que mais pessoas possam ver as fotos, já que o interesse tem sido grande. É uma oportunidade de acompanhamento da história de Nova Friburgo, suas mudanças, resultado da convivência de povos distintos. Entre os próprios alunos do CNSD há descendentes de japoneses, árabes, italianos, portugueses, entre outros. "Nossa história é um exemplo para o mundo”, salienta Mario.
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