Alunão canta raízes e comemora 200 anos de Friburgo com bolo gigante

Escola levou papel picado, efeitos especiais e escultura de D. João VI com o decreto da fundação da cidade
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
por Vinicius Gastin
Índios num dos carros da Alunos do Samba (Fotos de Marcos Tostes)
Índios num dos carros da Alunos do Samba (Fotos de Marcos Tostes)

Teve bolo, emoção, canto e beleza. Elementos fundamentais para a comemoração de um aniversário, para a exaltação das próprias raízes. E se existe algo que a escola de samba Alunos do Samba sabe fazer como poucas é valorizar as suas origens. Celeiro de grandes talentos para o carnaval friburguense, a agremiação levou para a Avenida Alberto Braune, o enredo: “Raízes: a celebração das nossas origens”. Raças, crenças e religiões deram o tom do desfile, que fez ainda um apelo contra a intolerância e a discriminação.

Uma mensagem importante para abrir os desfiles das escolas de samba no domingo, dia 11, na Avenida Alberto Braune. A representante de Conselheiro Paulino fez um passeio pela história e pela diversidade, desde a formação cultural e religiosa do povo brasileiro, para exaltar a multiplicidade étnica do Brasil a partir do índio, do europeu e do africano. Uma mistura que deu samba, abusando das cores azul e branco e garra dos 950 componentes, distribuídos em quatro carros alegóricos, um elemento cenográfico, 19 alas e cinco setores.

O desfile começou com uma verdadeira festa de carnaval, num baile de máscaras, apresentando a Escola e anunciando o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Neide Aparecida e Luiz Ruze. O dourado e o verde retratavam o delírio tropical, retratado na imponente primeira alegoria, repleta de efeitos e adereços que retratavam a natureza, à exemplo das esculturas de onças pintadas.

Nana e Marquinhos, segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, vieram logo depois do segundo carro alegórico, antecedendo a terceira alegoria, onde o índio, o negro e o europeu representavam as raízes e crenças do povo brasileiro. As cores marrom e azul apresentaram o setor final da Escola, e também a cultura e a musicalidade do negro, em meio aos 110 ritmistas da bateria Terrremoto da Serra, de Mestre Arilson, e o retoque de beleza da rainha Jéssica Gomes e das musas Raíssa Rodrigues e Isabela Andrade.

O carro que trouxe o bolo com três metros de altura, em homenagem ao bicentenário de Nova Friburgo, fechou o desfile com muito azul, papel picado, água, efeitos especiais e uma grande escultura de D. João VI com o decreto da fundação de Nova Friburgo.

O texto, inclusive, trouxe detalhes como a variação do nome do país, Suíça, com dois “esses” (Suissos) e a permissão do Rei de Portugal para o então Agente do Cantão de Fribourg, Sebastião Gachet, receber 100 famílias suíças. A mais antiga escola de samba de Nova Friburgo, que tanto exalta suas raízes, também trouxe o moderno para o carnaval deste ano. E deu certo. A comunidade do distrito mais populoso da cidade aplaudiu e comemorou. Eis o descreto da maior de todas as conquistas para a Alunos do Samba.

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