Bruno Pedretti
A reportagem de A VOZ DA SERRA esteve no Alto do Mozer para conferir como está a situação da localidade após a tragédia de 12 de janeiro. Os moradores reivindicam melhorias no calçamento das ruas, o alargamento de uma das vias — para que o ônibus tenha mais facilidade para transitar —, e reclamam bastante do descaso público com o Alto do Mozer — considerado pelos próprios residentes como um “lugar abandonado”.
No caminho para o Alto do Mozer é possível constatar algumas barreiras de grande porte que deslizaram no início do ano. De acordo com moradores, eles mesmos foram obrigados a retirar a terra, devido à demora dos órgãos responsáveis para fazer a limpeza do local. “Somos unidos; os homens se juntaram e fizeram um grande mutirão. Estávamos ilhados, já que caiu barreira nas duas saídas que temos no bairro. Ficamos largados, o ônibus precisava subir no bairro, até o helicóptero da polícia veio colaborar com a gente”, destaca Vera Lúcia de Oliveira, moradora há mais de 30 anos do Alto do Mozer.
Segundo Vera Lúcia, existem problemas que estão incomodando demais a população do Alto do Mozer. “Volta e meia está caindo a luz aqui no bairro, fora o caminho para cá. A iluminação pública está péssima, os postes caíram com a tragédia e até agora ninguém tomou nenhuma providência, acho que já passou um bom tempo e está na hora de virem consertar”, reclama Vera.
Outra moradora insatisfeita na localidade é Classy de Souza Campos, que habita o Alto do Mozer há 25 anos. Ela comenta que a principal preocupação no momento é com um buraco que atrapalha a passagem do ônibus, próximo ao ponto final. “O motorista do ônibus tem que se desdobrar para passar nas ruas, que já são estreitas, e com esse buraco ficamos até com medo do motorista cometer algum erro e ocorrer um acidente grave”, diz Classy.
Os serviços elogiados no bairro foram o transporte público e a coleta de lixo, que acontece três vezes na semana. Porém, os orelhões são alvo de reclamações. “Precisamos usar o serviço de telefonia pública, que está sempre quebrado, é complicado, pois nem todas as pessoas possuem telefone fixo em suas residências”, afirma Ana Paula.
A maioria dos 500 moradores que reside no Alto do Mozer é católica, de acordo com Vera Lúcia. As reuniões da igreja acontecem na garagem da moradora, que pede que construam uma igreja para que os fiéis possam se reunir com mais conforto. “Desejamos um local mais adequado para rezarmos e nos reunirmos com conforto”, relata Vera.
A área de lazer que os moradores do Alto do Mozer possuem se resume a uma trave de futebol instalada no meio da rua, onde crianças brincam em meio a carros e ônibus. “Ficamos com um pouco de medo de deixarmos nossos filhos brincarem lá, mas é o único local que temos”, conclui Ana Paula.
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