Henrique Amorim
A pouco mais de dez quilômetros do Centro de Nova Friburgo, a localidade de Alto do Catete, no distrito de Conselheiro Paulino, é privilegiada pela natureza exuberante. Seus moradores, cuja totalidade ainda está sendo contabilizada pela associação de moradores, através de recadastramento, são beneficiados pela beleza e tranquilidade reinantes. A maioria se dedica à agricultura familiar e tem uma rotina bem típica do interior.
No Alto do Catete situam-se ainda dois especiais pontos turísticos do município: a pedra do Cão Sentado (símbolo friburguense), com seus mais de 1,1 mil metros de altura, e a cascata Véu da Noiva, às margens da RJ-116, bem próximo ao pedágio do km 92, mas, embora incluído num roteiro de turismo ecorural, o visitante que desejar conhecer um pouco da vida pacata do Alto do Catete terá que se aventurar nos oito quilômetros da Estrada Francisco Luiz Zebende, principal acesso à localidade.
Com alguns trechos bem íngremes e sem pavimentação, a estrada está em péssimo estado de conservação, prejudicando o deslocamento dos moradores em dias chuvosos, quando fica com diversos trechos intransitáveis. O clamor pelo tão esperado asfaltamento não é uma novidade e, inclusive, já foi objeto de ofício encaminhado à Prefeitura e à Câmara dos Vereadores. Mês passado, durante a realização do seminário Rio Eco Rural, moradores do Alto do Catete chegaram a apelar ao governador Sérgio Cabral pela pavimentação, lançando o movimento Chega de lama, queremos asfalto já.
Outra reivindicação da comunidade é a instalação do sistema de iluminação pública ao longo da Estrada Francisco Luiz Zebende. Na maioria dos trechos não há luminárias nos postes de energia elétrica e os moradores são obrigados a caminhar, à noite, no escuro. “O pior é que pagamos todos os meses a taxa de iluminação pública, junto com as contas de luz”, reclama um morador. Para dotar toda a estrada de iluminação serão necessárias cerca de 40 luminárias, segundo ele.
A tranquilidade versus dificuldades cotidianas
A nova presidente da Associação dos Moradores, Amigos e Produtores Rurais do Alto do Catete (Ampac), Úrsula Cavacas Ramos, observa que muitos moradores são prejudicados também pelo reduzido horário dos microônibus da linha Centro-Alto do Catete, que circula às 5h50, 13h e 19h10 e, nos fins de semana e feriados, às 9h e 17h. Fora destes horários os moradores que não possuem carro têm que desembarcar dos coletivos da linha Centro-Furnas/Parque das Flores ou das linhas que ligam Nova Friburgo ao Centro-Norte do estado na RJ-116 e caminhar pela estrada esburacada e escura até o Alto do Catete.
A telefonia é outro drama enfrentado pela comunidade. Apenas alguns moradores possuem linhas de telefone fixo antigas, cujo cabeamento é interligado à rede do distrito de Amparo. O bairro é dotado apenas de um orelhão. Devido à inexistência de torres de telefonia móvel, os celulares ainda são artefatos totalmente inúteis por lá. A comunidade também observa a necessidade de reparos na Escola Municipal Lina Rosa dos Santos, que possui apenas uma sala de aula e precisa de manutenção. Até os brinquedos do parquinho do pátio estão danificados.
Mas nem tudo é problema. A sede da associação de moradores ganhará em breve um serviço médico voluntário, com consultas de clínica geral uma vez por mês. A obra de adaptação do espaço está sendo feita com materiais de construção doados por empresas, moradores e amigos. O vereador Francisco de Barros também ajuda na obra, atuando como um dos pedreiros.
Concessionária informa que iluminação pública deve ser solicitada à Prefeitura
A concessionária de energia elétrica do município, Energisa, informou que o procedimento para dotar a Estrada Francisco Luiz Zebende de iluminação pública é o encaminhamento de ofício com tal solicitação à Secretaria Municipal de Serviços Públicos. Assim que a Prefeitura providenciar todo o sistema, a instalação e a manutenção do serviço passam a ser feitos pela concessionária.
Já quanto à cobrança de taxa de iluminação pública, o superintendente da Energisa, Amaury Damiance, informou que os moradores que não são beneficiados por pontos de iluminação pública (postes com luminárias) num raio de 60 metros de suas residências deverão solicitar a suspensão da cobrança da Taxa de Manutenção dos Pontos de Iluminação (TMPI) à Secretaria Municipal de Fazenda.
Em relação ao pedido de asfaltamento da Estrada Francisco Luiz Zebende, a reportagem de A VOZ DA SERRA cobrou providências à Prefeitura através de e-mail enviado à Secretaria de Comunicação Social, mas, até o fechamento desta edição não havíamos recebido resposta.
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