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Alexandre Cruz: o principal desafio da Câmara será recuperar a autoestima dos friburguenses
sábado, 03 de novembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Secretário municipal de Serviços em quatro oportunidades e uma vez vereador suplente. Pela primeira vez, Alexandre Cruz (PPS) conquistou nas urnas o mandato para o Legislativo friburguense, com 1.220 votos. Detalhe: nas duas vezes em que foi candidato, em 2004 e 2008, obteve votação superior à obtida no último dia 7. “Foram eleições diferentes e mesmo mantendo uma conduta correta, sempre há um desgaste natural”, justifica a redução da votação. Disposto a arregaçar as mangas no intuito de trabalhar pela reconstrução da cidade e pela recuperação da autoestima da população, o vereador eleito anuncia que pretende cumprir seu mandato na Câmara, mesmo que venha a ser convidado a permanecer nos Serviços Públicos. Nesta entrevista, Alexandre Cruz fala de sua confiança em relação ao futuro governo municipal e na próxima composição da Câmara e ainda sobre a disputa pela presidência do Legislativo. Em 2004, quando foi candidato pela primeira vez, você obteve 1.710 votos. Quatro anos depois, 1.371 votos. Em nenhuma das duas vezes se elegeu. Agora, com 1.220 votos, enfim, obteve o primeiro mandato. Como explicar isso?Foram eleições diferentes. As pessoas sempre esperam mais e mais, mas acredito que ao ser secretário (Serviços Públicos) em quatro ocasiões e ter ficado dois anos na Câmara (2007/2008) como suplente, causei um certo desgaste, mesmo sabendo que sempre tive uma conduta correta e procurando fazer tudo da melhor maneira possível.O que mais?As pessoas que trabalham por uma candidatura acham que você vai ganhar. Perde uma, perde duas, eles acham que você não vai chegar nunca e seguem outro caminho. Mas a nossa votação foi boa este ano. E eu tenho um jeito de fazer campanha sempre com o pé no chão, batendo de porta em porta, sempre de maneira simples e humilde. Então, agradeço primeiro a Deus, sempre. Minha família, amigos e colaboradores pegaram firme e me ajudaram a conquistar o primeiro mandato. Deu trabalho, mas conseguimos alcançar o objetivo.Como você vê a nova composição da Câmara?É um novo momento. Olhando os nomes dos 21 eleitos, fiquei muito feliz. A composição é muito pulverizada, com vários tipos de representatividade. No meu modo de ver, acho que o povo acordou e várias comunidades estarão representadas na Câmara.E a Câmara vai dar as respostas que o povo espera dela?Como diz o próprio significado da palavra parlamento, certamente, haverá divergências de opiniões e de ideologias. Isso é normal. Mas acho que todos, sem exceção, estarão preocupados com o mais importante: trabalhar pelo crescimento e desenvolvimento da cidade.Qual será o maior objetivo dos futuros vereadores?Tanto quanto trabalhar pela reconstrução, entendo que o principal papel será recuperar a autoestima dos friburguenses. Isso é primordial.Você acha que a atual Câmara falhou neste aspecto?Só cinco vereadores foram reeleitos. Houve uma renovação, como também já aconteceu em diversas outras ocasiões. A população, de uma forma ou de outra, acompanha o trabalho dos vereadores e cobra muito. Cabe a nós, representantes do povo, estarmos sintonizados com os interesses da cidade.“O momento é de não pensarmos no pessoal, mas no coletivo do município. Dar as respostas”Então qual é a fórmula desta sintonia?O momento é de não pensarmos no pessoal, mas no coletivo do município. Dar as respostas. Temos que mostrar qual é a real função do vereador e trabalharmos para executar as nossas funções. Tive 1.220 votos, mas, agora, sou vereador de toda a cidade, de todos aqueles que vão pagar o meu salário. Temos que focar a atuação na reconstrução, no real desenvolvimento da cidade.“Na minha opinião, ele [Rogério] não vai fazer barganhas, mas ouvir os vereadores que, aliás, são os representantes diretos e mais próximos da população”Mas, às vezes, a relação descamba, não é?O Rogério Cabral conhece política. Foi vereador quatro vezes e duas vezes deputado [estadual]. Na minha opinião, ele não vai fazer barganhas, mas ouvir os vereadores que, aliás, são os representantes diretos e mais próximos da população. Acho que tanto o Executivo como o Legislativo vão mirar no melhor para a cidade.E qual será a relação com o futuro governo?Os poderes são independentes, mas também harmônicos. Cada um terá que executar bem o seu papel.E a sua expectativa em relação ao futuro prefeito?É grande e a melhor possível. Rogério Cabral é um homem simples, veio do povo, conhece a cidade e suas necessidades.Após a eleição, você reassumiu a Secretaria municipal de Serviços Públicos. Por quê?Não era exatamente a minha vontade. Mas fui conclamado pelo prefeito Sérgio Xavier, pelo meu líder Comte Bittencourt [deputado e presidente regional do PPS] e pelo prefeito eleito Rogério Cabral. A partir do dia 5 [segunda-feira próxima] vamos iniciar um grande mutirão de limpeza em toda a cidade, dando um tratamento especial para deixá-la limpa, bonita e organizada, neste final de ano.E se o prefeito eleito convidá-lo para continuar no cargo a partir de 1º de janeiro?Eu vou repetir o que já disse ao Rogério: me vejo mais importante na Câmara. Estou estudando a Lei Orgânica e o Regimento Interno e esboçando vários projetos para apresentar. Acho que serei mais importante para o governo e para a cidade atuando na Câmara.Então não vai aceitar?Já falei com ele e penso que ele vai entender a situação. A população me elegeu para ser vereador. Se lá na frente for muito necessário, sempre digo que sou um soldado que não escolhe serviço.“Suplente é igual a pneu estepe: a gente só usa em caso de emergência e depois volta para a mala”E a presidência da Câmara? Você também será candidato?Fui citado, me perguntaram se eu tinha interesse. Mas acho que quem está chegando, já dizia Romário, não pode exigir vaga na janela. Eu quero ir degrau por degrau, tudo a seu tempo. Temos um grupo político e vamos escolher o melhor nome. E não é só isso: temos que fazer uma discussão entre os 21 vereadores.Você já foi vereador, ocupando uma cadeira como suplente por dois anos, e agora assumirá o mandato como eleito. Qual é a diferença?Costumo dizer que suplente é igual a pneu estepe: a gente só usa em caso de emergência e depois volta para a mala [risos].
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