A NOTÍCIA DE que o Rio de Janeiro está sofrendo um verão intenso, com um calor insuportável, atingindo à marca de 55 graus de sensação térmica, leva o brasileiro a imaginar uma influência marcante do fenômeno El Niño. Os meteorologistas são unânimes em afirmar: o verão brasileiro será quente e com muita chuva. O início da estação, que começou oficialmente há pouco mais de uma semana, revela, além da descontração e do lazer, dados preocupantes que chamam a atenção não só das autoridades mas também de toda a população. O calor traz os temporais e, inevitavelmente, problemas.
PREVISÕES pessimistas revelam que o aquecimento global pode ser mais sério do que se pensa. Após fechamento da Cop 21 em Paris, o clima no mundo segue sua trajetória alarmante, alterado, o que já não é mais novidade. E o meio ambiente, por conseguinte, sofrerá as consequências, também. Desertificação, terremotos, inundações, seca e incêndios são apenas alguns exemplos dessa ação que pode chegar à irreversibilidade, caso o homem não mude a sua relação com o ambiente.
NO PLANO municipal, as consequências da alteração climática também devem ser avaliadas pelos técnicos do governo, planejando a implementação de soluções de longo prazo. Prevenindo-se das chuvas que caem frequentemente na região, evitando que as mesmas tornem inabitável as encostas e outras áreas de risco, as autoridades podem dar uma grande contribuição para a comunidade, hoje e no futuro.
DENTRE AS políticas públicas, é necessário também que o governo dê atenção especial à proliferação de ocupações irregulares, com a consequente favelização de morros e encostas. O saldo de mortes ocorridas em outros anos confirmou esta perversa condição. A ocupação de encostas e morros, como existe em Nova Friburgo torna ainda mais vulnerável a bacia urbana, tanto pela remoção da vegetação natural, que é altamente protetora do solo, retendo e ajudando a evaporação das águas de chuva, como pela exposição à erosão a que ficam submetidos.
APESAR da previsibilidade, as chuvas que afetam a região mostram, em certos casos, a fragilidade de algumas estradas dos distritos rurais, que sofrem as consequências, não resistindo aos temporais frequentes. Tais estradas vicinais não oferecem segurança nem garantia do escoamento da produção em caso de chuvas. Na cidade, a população volta e meia debate este assunto tendo em vista a preocupação que se abate a cada temporal nos dias de verão. O exemplo fica por conta do Rio Bengalas que é o termômetro desse temor, uma preocupação natural, posto que os alagamentos na direção de Conselheiro Paulino são frequentes.
O ESTADO do Rio vive um momento de grave crise econômica com retração industrial nos setores de petróleo e gás, reduzindo drasticamente sua arrecadação. Ao mesmo tempo, se oferece como destino mundial para o turismo, o esporte e o entretenimento graças à sua natureza privilegiada. Tamanho patrimônio, portanto, não deve sobreviver sem a devida atenção das autoridades, pois está em risco a qualidade de vida de milhões de pessoas. Os políticos precisam compreender a extensão dos nossos problemas ambientais e buscar soluções ecologicamente corretas para o nosso desenvolvimento. Fica o alerta.
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