Texto: Ana Blue / Fotos: Lúcio Cesar Pereira
Era uma vez uma sala de redação se preparando para liberar mais uma edição do jornal nosso de cada dia quando uma voz, vinda sabe lá de onde, lembra: para a edição do fim de semana temos que produzir algo sobre o Dia da Mulher. Acontece que é uma empresa praticamente comandada por mulheres, a começar por sua diretora, Adriana Ventura, sagitariana arretada, "renovadora e reveladora do mundo”. As boas-vindas são femininas, já na porta do jornal, com a Juracy Carvalho, dona do melhor bolo de cenoura com chocolate da cidade. Reinamos absolutas na redação e na composição gráfica também, então nasceu o desafio: como homenagear todas as mulheres do mundo sem parecer autopromoção?
Temos uma grande mestra trabalhando conosco e suas ideias salvam quase todas as nossas pautas: Flávia Namen. Colei nela. E as ideias foram aparecendo. "Vamos falar sobre as mulheres motoristas e cobradoras de ônibus? Gente, a contratação de mulheres nessa função, pelo menos aqui na terrinha, é um marco histórico!” Quantas vezes me embasbaquei nos ônibus do Rio quando via mulher dirigindo. Uma coisa tão simples. Isso levou quantos anos pra acontecer aqui?
Karine Knust — bem, Karine pra vocês, que leem as matérias dela super sérias no jornal, mas aqui pra gente é Knusta, "a pretérita” — me fez pensar em destacar a legislação brasileira, que de uns anos pra cá tem dado maior atenção às mulheres. Será certo segmentar a população desta maneira, será errado? Por que não uma pauta sobre isso? Dividimos os trabalhos, então. No recrutamento, ainda tem a Dayane Emrich, minha loira preferida, que eu não vou dizer que é das Furnas porque ela odeia isso, e a Rafaella Dias, que passou a integrar a equipe há pouco tempo, e a única coisa que eu sei é que ela tem um cachorrinho que mordeu a barriga da nossa fotógrafa Amanda Tinoco. Aliás, nossa fotógrafa — poxa, Amanda, não dá pra eu viver rasgando minha amizade por você nas páginas desse jornal, né? Vou passar batida por você dessa vez — também precisa entrar na missão Dia da Mulher, com seus olhos sensíveis sobre tudo.
Rafaella foi ao Senai entrevistar as meninas que fazem cursos que geralmente são mais procurados pelos homens, como soldagem e mecânica, e também procurou outras mulheres com feitos parecidos (lutadora de jiu-jitsu, dona de academia). É preciso falar sobre isso, sobre a mulher que ocupa todos os espaços, que não vê limites ao exercer sua capacidade. Mas já é quinta-feira e o jornal é para este fim de semana. Mulher é assunto pra mês inteiro. O que tem pronto? A entrevista de Ana Borges — a editora do nosso Light, a mulher das letras — com Dirce Montecchiari. Uma matéria de Flávia sobre um projeto de fotografia do Adriano José só com mulheres, um Light totalmente dedicado à mulher. Fechou a missão, jornal pronto.
Mas foi aí que, meio sem querer, uma pauta ideal para esta edição surgiu como num passe de mágica. Somos nós mesmas as mulheres de quem queremos falar! Aquelas que desbravam territórios e depois ainda arrumam a bagunça. Esse ser de jornada quíntupla. Mulheres, mães, meninas. Doces como Mária Ventura, que faz questão de nos abraçar e beijar quando chegamos para assinar o ponto, a mais animada das confraternizações. Cuidadosas como Andréa Freze, jornalista, diagramadora, escritora, às vezes até revisora. Meninas como Cristiana Paixão — mas não se iludam, o que tem de linda tem de brava. Mães como Deise Silva, os olhos que tudo veem, a mãe de todos, a mãe de Mayara, cujo crescimento acompanhamos aqui pelos corredores. Mulheres, muito mulheres, do lado esquerdo e direito e dos pés até a cabeça, como diria Machado de Assis. E fora toda essa turma ainda tem a Sueli, que nos deixou este ano para ganhar o mundo (o motivo é bom, então a gente perdoa), assim como Liliana, grande Liliana Sarquis, nossa eterna musa inspiradora e mãe da redação. Seus pintinhos aqui se revezam na reza para que você morra de saudades e volte para nós. e não podemos esquecer da Dona Clélia, a mulher que mantém nossa organização diariamente. Ela vem ao fim do dia apenas, quando estamos quase acabando de editar o jornal.
Não dá pra terminar este texto sem falar em Dalva Ventura, nossa grande referência, certamente a jornalista que todas queremos ser. Viu, Dalvinha, sua coluna sobre a vida na redação me inspirou a apresentar um pouquinho da nossa turma!
Elisabeth Souza Cruz, Beth do Licínio e Janaína Botelho, nossas colaboradoras, igualmente figuram nestas páginas, cada qual a seu modo, ajudando a criar essa miscelânea maravilhosa chamada A VOZ DA SERRA.
Apresentar e exaltar as muitas vozes femininas que fazem o jornal circular todos os dias. Eis a nossa homenagem. Ah, quase esqueci: falta eu, Ana Blue, meio cronista, meio revisora, tentando com muito esforço fazer jus ao talento de cada mulher que temos aqui.
Desta forma singela apresentando-nos, o time de mulheres de A VOZ DA SERRA. E a você, mulher, mãe, menina, desejamos força, coragem, vitórias. E todos os "foram felizes para sempre” que você merece!
Da esquerda pra direita: Deise Silva, Flávia Namen, Juracy Carvalho, Mária Ventura, Cristiana Paixão, Andréa
Freze, Adriana Ventura, Amanda Tinoco, Rafaella Dias, Dayane Emrich, Ana Blue e Karine Knust
Ana Borges, Dalva Ventura e Clélia Martins
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