Água continua escorrendo pela Praça do Suspiro

quinta-feira, 26 de maio de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Eloir Perdigão

A Praça do Suspiro é um dos locais mais visitados de Nova Friburgo: lá estão a Capela de Santo Antônio, o teleférico, a Praça das Colônias, o teatro municipal, o Tiro de Guerra, a Igreja Batista, a Praça dos Trovadores, charretes, cavalos, feira de artesanato e outros atrativos.

Ela também foi um dos locais mais atingidos pela tragédia climática de janeiro passado. A Fonte do Suspiro, tão cantada em versos e prosas, foi totalmente destruída. A Capela de Santo Antônio foi atingida em cheio e encontra-se danificada e interditada (as missas estão sendo celebradas no Colégio Modelo, próximo dali). O teatro municipal e a Praça das Colônias também estão interditados e somente agora começam a ter seus problemas resolvidos a fim de que possam voltar às suas atividades.

Mas nem por isso a Praça do Suspiro deixou de ser visitada — nem que seja para que as pessoas observem os estragos causados. Foi o que aconteceu com o historiador suíço Martin Nicoulin, que, na tarde de segunda-feira, 23, mostrou-se espantado com a situação do local.

E os visitantes têm ficado especialmente irritados com a água que continua escorrendo pela praça desde janeiro, devido à tubulação entupida e não recuperada até agora. A água desce do morro, ao lado da gruta de Nossa Senhora de Lourdes (que não foi atingida), segue por manilhas até a esquina da Capela de Santo Antônio, onde chega à superfície por um grande buraco. Dali atravessa a pista e escorre por cerca de cem metros até o bueiro mais próximo, na outra esquina, já próximo do Edifício Centro Médico, causando mau aspecto ao local.

A pedagoga Sany Rocha do Couto diz que é necessário “atravessar um rio” toda vez que passa por ali. “Conviver com essa água aqui é difícil. Meu carro agarrou outro dia nessa espécie de quebra-molas em frente à capela. Tinha chovido e a terra estava mole. Está difícil voltar ao normal aqui nessa situação”.

A gerente de hotel Hélia Tardin de Carvalho, que se encontra desempregada desde a tragédia, mostra-se indignada tanto pelos buracos no calçamento da praça e porque ainda não foi feita a galeria para escoamento da água. “Tudo bem que outros lugares precisam de recuperação, mas aqui também precisa. Em quatro meses já tinham que ter encaminhado essa água que desce da montanha e ter recuperado a praça”. Hélia fez questão de frisar que percebia essa água minando no local há muito tempo, antes da tragédia, e precisa ser dado um jeito para que as coisas não piorem naquele recanto do centro da cidade.

O jornaleiro Marcelo Ribeiro, que tem sua banca na Praça do Suspiro, também lamenta a situação. “Ainda não apareceu ninguém para dar jeito nisso”, garante. Marcelo também reclama da iluminação da praça.

Já o empresário Gilberto Sader, que tem uma loja na Praça do Suspiro, considera que o problema da água já deveria ter sido corrigido. “Essa água já podia estar canalizada. Afinal, são só cem metros”, arremata.

A Secretaria de Comunicação Social foi acionada, mas até o fechamento desta edição não enviou uma posição da Prefeitura sobre o assunto.

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