Aedes: moradores de Olaria persistem na irregularidade

O bairro mais populoso da cidade ainda reserva focos do Aedes aegypti e alguns moradores não colaboram para a prevenção
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
por Amanda Belém

Um dos bairros mais populosos da cidade, Olaria, preocupa moradores e autoridades quando o assunto é saúde. No ultimo mês a Defesa Civil, juntamente com as secretarias municipais, fez um mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti, orientando a população a manter suas residências e arredores limpos, sem indícios de água parada. Porém, mesmo com tantas recomendações, alguns moradores persistem na irregularidade. 

Na Rua Raul Veiga, onde se localiza um dos pontos de moda íntima da região, um terreno acumula lixos e entulhos por toda a parte. De acordo com vizinhos, a propriedade é particular e diversas denúncias já foram realizadas. “Eu moro aqui há pouco tempo, e nesse período o terreno sempre esteve do jeito que está. O dono nem mora aqui, mas faz questão de vir e acumular mais lixo. É um absurdo! Eu tive dengue há alguns meses, não sei se tem ligação com esse lixo, mas é bem provável”, reclama a moradora Ana Maria. Outro hábito preocupante é que as pessoas que passam pela rua também jogam lixo. “Muitas pessoas se acostumam com a ideia e acham que é um aterro”, ressalta a moradora.

A redação de A VOZ DA SERRA tentou localizar o responsável pelo terreno, que mora no bairro, mas não foi encontrado. De acordo com Rodrigo Pires, da Vigilância Ambiental de Nova Friburgo, Olaria continua sendo fiscalizada. “Já está sendo feita a supervisão, e em relação a terrenos, orientamos o proprietário a deixar a área limpa. Damos todo o suporte possível”, explica o supervisor. Rodrigo afirma que o caso do terreno na Rua Raul Veiga está sendo verificado devido às reclamações de quem reside no local. 

Rotary Clube em Olaria

No último domingo, o Rotary Clube Nova Friburgo Suspiro, presidido por Sonia Ibraim, com apoio dos outros clubes — Olaria, Nova Friburgo, Imperador e Caledônia — junto com o comandante João Paulo Mori (Defesa Civil), tenente Hamilton Thuller (Vigilância), e Adervan Moraes (Epidemiologia) realizou uma ação comunitária, e visitou mais de cem casas. 

A equipe encontrou larvas do mosquito em caixas d’água e em outros pontos. Na próxima semana a equipe apontará os locais infestados. De acordo com Sonia, a ação foi importante: “Foi dado o primeiro passo desta ação significativa para a população de nossa cidade. Um trabalho de formiga, que tenho certeza ajudou a esclarecer as dúvidas de muitas pessoas. Ouvimos agradecimentos pelos esclarecimentos sobre as doenças transmitidas pelo Aedes e como ajudar na prática, porque com cada pessoa fizemos uma interação diferente, de acordo com seu perfil social. A presença de um médico da Defesa Civil e agentes comunitários foi muito importante. Percorremos 56 casas nas ruas Vicente Sobrinho e Luiz Berbert, e Avenida Júlio Antonio Thurler. Pelo menos uma pessoa teve dengue em cada casa”, afirmou Sonia. 

A equipe não teve acesso às 14 casas, pois estavam fechadas, abandonadas ou eram escolas e igrejas. E o estado de quatro residências era preocupante, sendo que em três delas foram encontradas larvas do mosquito dentro das caixas de água. A Defesa Civil informou ainda que todas as ocorrências deverão ser entregues à Secretaria de Saúde.

Novas estratégias para Olaria, Cônego e Cascatinha 

A subprefeitura de Olaria, Cônego e Cascatinha está com uma nova equipe. No início deste mês, Alan de Almeida comandava a Secretaria de Serviços Públicos, mas passou a chefiar a Subprefeitura de Olaria. Os serviços do novo subprefeito tiveram início após os dias de folia com a limpeza da Rua São Paulo. E na última segunda-feira, 15, o prefeito Rogério Cabral esteve no local para verificar o que ainda precisa ser feito.

Cerca de 14 funcionários compõem a Subprefeitura e atendem mais de 200 ruas de Cascatinha e Cônego, sendo 20km de estradas de terra. No bairro de Olaria, são 29 funcionários entre motoristas, trabalhadores braçais e servidores do setor administrativo. A Subprefeitura também conta com cinco caminhões, duas retroescavadeiras, uma vac-all e três carros de apoio.

Para ser mais eficaz nos trabalhos, um novo esquema de rotina foi desenvolvido. Todas as equipes seguirão uma ordem cronológica coerente e somente em casos de urgência as equipes serão deslocadas. Já nos primeiros dias, os funcionários percorreram as ruas São Paulo, Ceará, Bahia e Piauí. De acordo com a Subprefeitura, a estimativa é de que 15 caminhões de lixo passem por dia, 75 por semana e 300 por mês.

“Além desse trabalho periódico, estamos atuando também no combate ao mosquito Aedes aegypti. Já identificamos alguns terrenos com lixo acumulado e, com a ajuda das Forças Armadas, vamos fazer contato com os proprietários para entrar e retirar todo esse material que favorece o criadouro”, explicou Alan.

A subprefeitura também começará a entregar carnês do IPTU 2016 para quem reside em Olaria e nos bairros próximos. O intuito é diminuir as filas e evitar que moradores se desloquem até o Centro. E para aqueles que não quiserem esperar pela impressão do boleto, poderão deixar os dados de contato para que seja informado quando o carnê estiver impresso, para buscá-lo. Outras ações estão sendo estudadas pela subprefeitura.

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TAGS: Zika | Dengue | Aedes Aegypti
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