Adesão à greve dos professores cai para 18%, diz governo

Para prefeitura, maioria dos profissionais aceita proposta do governo. Nesta terça, categoria vota continuidade da greve
terça-feira, 22 de maio de 2018
por Alerrandre Barros (alerrandre@avozdaserra.com.br)
A assembleia dos professores no Jamil, sexta passada (Foto: Alerrandre Barros)
A assembleia dos professores no Jamil, sexta passada (Foto: Alerrandre Barros)

A maior parte dos professores e profissionais de apoio da rede municipal de educação de Nova Friburgo voltou às escolas e creches nesta segunda-feira, 21, apesar de a categoria ter votado pela continuidade da greve na última sexta-feira, 18. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, somente 18% das 124 unidades mantiveram as atividades totalmente paralisadas. Na última semana, esse número chegou a 43%.

“Isso demonstra que boa parte dos profissionais entendeu e aceitou a proposta do governo municipal em atendimento às reivindicações”, avaliou a secretaria em nota.

O Sepe, sindicato da categoria, não comentou a avaliação da pasta.

Na última sexta, 18, os profissionais lotaram o auditório do Colégio Estadual Jamil El-Jaick, no Centro, e a maioria concluiu que a proposta do prefeito Renato Bravo não atendeu a todas as demandas da categoria. Para o pessoal do apoio, Bravo ofereceu reajuste de 5% sobre o piso de R$ 807 mais um complemento que elevaria o salário para R$ 960, garantido o reajuste anual, de acordo com a inflação, além do pagamento de abono e outros adicionais (periculosidade, insalubridade e penosidade) e hora extra.

“Recebemos R$ 130 de abono há cinco anos. Não há adicionais para o apoio. O adicional mencionado seria a tal complementação do salário. Não existe hora extra para o apoio. Esses entre outros pontos passaram para a população a falsa notícia de que “o salário foi reajustado”. Essa complementação pode ser tirada a qualquer momento. Queremos salário real, mesmo que seja o mínimo nacional”, criticou a servidora Gizelle Lessa.

Para os professores das séries iniciais, Renato afirmou que vai pagar, pela primeira vez na história do magistério na cidade, o piso nacional da categoria, em duas parcelas: a primeira em junho deste ano e a segunda em junho de 2019. Acrescentou que será feita a equiparação dos funcionários de 30 horas com os professores do segundo segmento do ensino fundamental.

Ainda de acordo com a proposta, Bravo afirmou que o pagamento do adicional de qualificação, que em muitos casos estavam parados, começou a ser regularizado em dezembro de 2017. O governo disse ainda que não poderá atender a pauta de um terço da carga horária dos professores para preparação das aulas, porque, teria que contratar cerca de 470 novos professores, mas não tem recursos para isso.

O prefeito também prometeu se reunir com sindicatos e conselhos de classe para, juntamente com a Câmara Municipal, retomar as discussões sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Salários para todos os servidores de Nova Friburgo.

Como nem todas as propostas do governo estão de acordo com os anseios da equipe de educação, a greve foi mantida. Nesta terça-feira, 22, os profissionais vão se reunir novamente no Jamil, às 14h, para, em assembleia com o Sepe, aprovar ou não contraproposta que será encaminhada ao prefeito. Eles também vão definir os rumos da greve, deflagrada na última segunda-feira, 14, e que já dura nove dias.

 

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TAGS: Greve | Educação
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