Eloir Perdigão
Alessandro de Souza e Hercílio de Oliveira Henrique, representantes de uma empresa que coleta óleo de cozinha usado para reciclagem—a Disque Óleo—estão empolgados com as importantes adesões da comunidade, principalmente após a reportagem publicada neste jornal em maio passado. O aumento foi de 40% e desse total a maioria é de salgadeiras. Com ampla adesão de comerciantes, a Disque Óleo buscava, na ocasião, as residências, o que está ocorrendo agora.
ADESÕES IMPORTANTES - As salgadeiras, por exemplo, apesar de trabalharem em suas residências, formam um contingente significativo de mão de obra e gastam muito óleo para fritar milhares de salgadinhos. Uma delas chegou a informar à empresa que estava com problemas de entupimento da tubulação da casa por excesso de óleo. Para a desobstrução, passou a contratar uma firma de limpeza, o que onerou o custo de seus salgados. Quando ela viu a reportagem neste jornal passou a juntar o óleo que descartava para entregar à Disque Óleo. Segundo Alessandro, desde então ela não teve mais problemas de entupimento, mau cheiro ou crosta se formando na tubulação caseira. Não precisando mais contratar firma de limpeza, pôde baratear o seu custo de produção.
Alessandro lembrou também dos benefícios para a rede pública de esgoto. Com o tempo, o óleo vai se acumulando na tubulação, porém, com o trabalho de conscientização que vem sendo feito e à medida que as pessoas e comerciantes não joguem mais óleo no ralo da pia, o serviço de água e esgoto será desonerado. E mais: ajuda a diminuir os alagamentos pela cidade por não haver mais entupimentos. Alessandro compara: “A tubulação da cidade é igual às nossas veias. Quando o ser humano come muita gordura vai entupindo as veias, ela vai grudando nas paredes das veias. Não há como limpar. Vai ocorrer um problema de coração. A rede pública de esgoto é como se fossem as veias da cidade, e como temos visto, um dia dá problema. Com qualquer chuvinha alaga tudo”, adverte.
Alessandro comenta que não somente o lixo entope a tubulação de esgoto da cidade, como garrafas pet, sacolas plásticas, papel, papelão, vidro e metais, que já são bem reciclados. Mas o óleo de cozinha não era reciclado e ninguém tinha essa consciência. “Esse óleo é o que provoca a maior obstrução porque é nele, aí já como uma substância pegajosa, que os demais resíduos se fixam. É igual à cola ou fita adesiva na tubulação: tudo que passa por ali vai grudando, obstruindo o caminho”, compara.
Com a reportagem anterior, os condomínios residenciais também passaram a aderir à coleta de óleo de cozinha usado e têm solicitado as bombonas para armazenagem, constituindo-se também numa importante adesão à campanha. “No passo em que estamos indo, devagar, mas firme, com adesão de pessoas conscientes, atingiremos também as pessoas que ainda não perceberam a importância dessa atitude”, observa Alessandro.
GERAÇÕES FUTURAS – A campanha da Disque Óleo começa a chegar também aos municípios vizinhos. As palestras estão sendo agendadas com Hercílio. “Todos nós devemos fazer a nossa parte para preservar nosso planeta para as gerações futuras”, observa.
Hercílio lembra que restaurantes, bares e lanchonetes, entre outros estabelecimentos do gênero, dão retorno maior na coleta do óleo de cozinha usado. Porém há interesse da Disque Óleo em que essa campanha seja estendida a todas as pessoas. Afinal, a empresa não tem única e exclusivamente interesse no lucro financeiro, mas há também a responsabilidade ambiental. “Claro que vamos unir o útil ao agradável, porque também temos nossas despesas, como transporte, armazenagem e funcionários, além de projetos sociais nas comunidades carentes e investimos na garotada, porque na verdade são as crianças que vão incentivar pais e mães para que participem da campanha e assim ter águas mais limpas”, salienta Hercílio.
O representante da Disque Óleo lembra que quando era jovem ainda podia pescar nos rios próximos da cidade. “Hoje, se jogarmos o anzol vai vir só lixo, porque nós mesmos fomos poluindo e acabando com a vida”. Hercílio adverte que o impacto ambiental causado pelo óleo na natureza, aliado a outros produtos, tem prejudicado nossas águas. “E onde não há água não há vida”, enfatiza. E complementa: “Nós temos que ter essa preocupação em recuperar a vida e ter águas limpas. E quem sabe, dentro de alguns anos poder lançar o anzol de novo num de nossos rios e ainda pescar um lambari?”, encerra.
QUE TAL PARTICIPAR? - Quem quiser aderir à campanha pode começar a juntar o óleo de cozinha usado para reciclagem em garrafas pet (a Disque Óleo recicla tanto o óleo quanto as garrafas). Podem ser unidades individuais, vilas, condomínios, que a empresa vai recolher, devendo ser acionada pelos telefones 2520-5921, 9705-2400 (Alessandro) e 9907-8699. Mais informações no site www.disqueoleo.com.br e acessar o link Nova Friburgo ou pelo e-mail pralessandrodsouza@hotmail.com
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