Leonardo Lima
Há cinco anos, um tubo da então concessionária de água e esgoto Caenf rompia e derrubava uma barreira próxima à Praça Castelo Branco, em Duas Pedras. Após o acidente, um muro de contenção foi construído para dar segurança aos moradores. Porém, quem acreditava que o problema da queda de encostas no local estava resolvido teve uma desagradável surpresa no dia 12 de janeiro: uma nova barreira caiu e três casas foram destruídas. “Quando chove há um grande acúmulo de águas pluviais no Loteamento São Pedro. Como essa água não é canalizada, ela acaba escorrendo pelo morro e encharca toda a terra, provocando novos deslizamentos”, explica o morador Luiz Gonzaga Breder. O Loteamento São Pedro, apontado por ele, fica localizado em um nível acima das casas da praça de Duas Pedras e passa despercebido devido à grande quantidade de vegetação. “Há quatro anos um morador nos alertou que corríamos um grande perigo. Ele nos explicou o problema, procuramos a Prefeitura, fizemos solicitação e até hoje nada foi resolvido”, protesta Luiz.
E pelo visto, não é apenas a Praça de Duas Pedras que corre riscos, mas também outras ruas do bairro. Ao passar pela Rua Francisco Maria Leite, que corta todo o Loteamento São Pedro, observa-se que a ausência de pavimentação e manilhamento para evitar o acúmulo das águas da chuva. De acordo com Luiz Gonzaga, em 2007 a Caenf colocou manilhas emergenciais ao longo dos 270 metros da rua. Entretanto, essas manilhas não suportam uma chuva de maiores proporções e, muitas delas, já foram até mesmo retiradas. “Essa é uma tragédia anunciada. É uma bomba-relógio. É necessário que a Prefeitura pavimente essa rua e capte água com um bom sistema de manilhamento. Não são apenas as casas próximas à Praça que correm riscos, mas também os moradores das ruas São Pedro e Benjamin Constant. A água acumulada escorre por todos esses lugares”, diz o morador.
Não bastasse esse problema, um antigo reservatório encontra-se abandonado no Loteamento São Pedro. Além de ele ser mais um ponto de acúmulo de águas pluviais, há também o medo de acidentes no local. “As crianças que brincam nele podem se machucar. Como ele está abandonado são os próprios moradores que o desentopem quando há muito acúmulo muita água”, informa Luiz. Outra preocupação está relacionada a novas quedas de encostas na Rua São Pedro, local que registrou diversas mortes na tragédia de 12 de janeiro. Ao passar por dentro da mata que corta toda a rua, nota-se um desnivelamento e várias rachaduras na terra. Traumatizada, a comunidade de Duas Pedras cobra ação das autoridades e torce para que as chuvas que cairão no próximo verão não causem outra devastação no bairro.
SEM RESPOSTA - A equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação Social para expor as queixas dos moradores de Duas Pedras, mas até o fechamento desta edição a Prefeitura ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.
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