A VOZ DOS BAIRROS - Moradores do bairro Lagoinha querem obras de reconstrução

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
A VOZ DOS BAIRROS - Moradores do bairro Lagoinha querem obras de reconstrução
A VOZ DOS BAIRROS - Moradores do bairro Lagoinha querem obras de reconstrução

Eloir Perdigão

O tempo parece que parou no bairro Lagoinha. A impressão que dá é que estamos no dia 12 de janeiro de 2011. Tudo está praticamente como ficou da época da tragédia. Barreiras ameaçam cair, o córrego mudou seu curso e está assoreado, a ponte de acesso ao bairro continua provisória. A única coisa que sobra são as reclamações dos moradores, que se sentem ameaçados, temerosos com suas casas, garagens, a escola, as ruas.

Quem se dirige à Lagoinha percebe os problemas já na altura da Vila Amélia. Ao passar pela Rua Teresópolis, observa-se o Córrego do Relógio descoberto. Seguindo pela Rua Souza Cardoso, depara-se com a enorme barreira que desabou em frente ao número 273, onde fica a Travessa Salustiano da Silva. A pirambeira está rente ao meio-fio. Por este trecho não deveria passar veículos pesados, mas passam, como ônibus e caminhões, além da rua servir como alternativa de trânsito Centro-Olaria-Centro. A parte de baixo da barreira, na Rua Bonfim, junto ao Conjunto Bom Pastor, nem foi retirada, justamente para sustentar e prevenir um possível deslizamento e carregar o que restou da Rua Souza Cardoso naquele trecho.

Na Rua Bonfim, já chegando à Lagoinha, a ponte foi destruída e foi improvisada uma passagem, com manilhas e aterro, situação que permanece até agora, inclusive com muita lama, devido ao tempo chuvoso. Um pouco mais à frente, na altura da antiga biquinha, um trecho do calçamento foi desfeito; parte dos detritos retirados do córrego permanece junto à margem; buracos, inclusive um mais perigoso à margem do córrego, pedras e terra solta causam má impressão no centro do bairro.

CÓRREGO AMEDRONTA – O córrego que vem da Granja Spinelli mudou seu curso na Lagoinha. Está passando agora pela Rua Antônio José Teixeira, assoreado, quase no mesmo nível da rua, e atravessa a pista da Rua Bonfim, até desaguar no Córrego do Relógio propriamente dito (os moradores reivindicavam a pavimentação da primeira rua para a fim de que fosse implantado um rodo para os veículos, facilitando assim o trânsito, inclusive o ônibus, que não precisaria mais fazer manobras nas apertadas ruas do bairro).

Bem em frente à confluência dessas duas ruas mora Diego Muller Grandini, de 22 anos. Ele diz que a única providência tomada na Lagoinha foi a retirada da sujeira do córrego, mas nenhum conserto foi feito no bairro. O córrego passava ao lado da Escola Municipal Anna Barbosa Moreira, mas entupiu um pouco mais acima e rompeu a Rua Antônio José Teixeira, ali permanecendo. Foi canalizado com manilhas apenas no pequeno trecho que passa sob a Rua Bonfim. Porém, quando chove forte, passa sobre a pista, danificando ainda mais o pavimento. Para Diego, a obra principal a ser feita é drenar corretamente o córrego e consertar a rua.

Mário Chaid Francisco é lanterneiro e tem uma oficina na Rua Antônio José Teixeira. Ele ocupou a oficina em fevereiro, um mês após a tragédia. Teve que trabalhar duro para retirar toda a lama e ainda recuperar—como pôde—a rua, contando com ajuda de amigos do bairro.

Chaidinho, como é conhecido, conta que uma retroescavadeira desobstruiu o córrego à época e pedras foram colocadas à margem, até para proteger a rua, mas outra máquina retirou as pedras, deixando a rua descalçada. O lanterneiro prevê que poderá até ficar sem local de trabalho se nada for feito e houver nova enchente. Ele sugere às autoridades acertar o córrego e a rua, até para preservar a escola, residências e sua própria oficina.

MELHORIAS NO BAIRRO – As vizinhas Simone Anselmo e Ondina Gomes Henrique também pedem melhorias na Lagoinha. Elas se mostram temerosas quanto ao córrego, que continua escavando a margem esquerda, e uma encosta, com uma mata, que pode desabar sobre a Rua Antônio José Teixeira e comprometer as casas. No local já houve quedas de terra e vegetação, inclusive grandes árvores. As duas moradoras querem obras de retificação do córrego e o conserto das ruas Antônio José Teixeira e Bonfim, além da reconstrução da ponte de acesso ao bairro.

A decadência do bairro Lagoinha está à mostra através dos hotéis Floresta e Olifas, que continuam fechados, bem como o Clube Olifas, que fechou após a tragédia. A piscina do clube, inclusive, permanece soterrada com terra, pedras e vegetação.

O ponto positivo, pelo menos, é que a varrição do bairro continua sendo feita pela Prefeitura, o que representa muito pouco diante de tantas necessidades. “Continua tudo provisório”, lamenta Simone, que já comunicou o risco de desabamento da encosta na Rua Antônio José Teixeira à Defesa Civil. O resultado foi uma vistoria. E só.

O subcoordenador da Defesa Civil, Robson Teixeira, contatado por telefone pela reportagem, ficou de fazer uma visita à Lagoinha e se inteirar da solicitação da moradora Simone Anselmo.

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