A voz do Pastor - 3 de agosto.

terça-feira, 03 de agosto de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Meus queridos diocesanos, com este artigo inauguramos uma coluna que será lida todas as terças-feiras em A Voz da Serra. Antecipadamente, agradeço o convite da redação deste jornal, que está entre os de maior tiragem da Região Serrana.

Gostaria de começar falando sobre uma das mais importantes instituições da sociedade: a família. Nos últimos anos, vemos desenvolver-se uma progressiva corrosão da instituição familiar, que é, por sua vez, geradora de todo o tecido social. Como diz o ditado: “se a família vai mal, toda a sociedade padece”.

O Concilio Vaticano II, que norteia todo o sentir e o agir da Igreja, proclama que “o bem-estar da pessoa e da sociedade humana e cristã está intimamente ligado com uma favorável situação da comunidade conjugal e familiar” ao que completava João Paulo II, de feliz memória, dizendo que “a família é a primeira e mais importante via que partilham o homem e a Igreja”.

O lendário e muito querido cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales em seus artigos já destacava os frequentes ataques que, em nossos dias, buscam fragilizar os pilares que dão sustentação a todo o edifício social: a família e a religião.

O desvario chega ao extremo de aviltar as relações humanas, contrariando a própria natureza. Algumas correntes de comunicação social, especialmente as novelas, habilmente distorcem a verdadeira figura da família brasileira, apresentando o modelo de lares desfeitos. Nesta perspectiva, não nos surpreende que junto a essas investidas se encontrem também ataques à instituição eclesial.

A tentativa de silenciar a Igreja, Mãe e Mestra, se entende ao percebermos que ela representa uma das poucas vozes acreditadas em favor do bem da humanidade.

Não nos deixemos enganar! São muitos os lares do Brasil que tentam imitar o exemplo da família de Nazaré. Não são poucos os esforços em combater os projetos legislativos contrários à família e igualmente cresce a defesa da vida, desde sua concepção até o seu término natural. A preparação ao matrimônio fortalece o verdadeiro amor conjugal, e o empenho de pessoas dedicadas ao apostolado familiar contribui para a difusão de princípios vitais para o futuro da sociedade e da Igreja.

O ataque à família e à religião, sob uma capa laicista, transforma sociedades inteiras em massa de manobra pela via da abolição de suas crenças. A família é uma instituição que extrapola as diferenças confessionais e, como homens de boa vontade, precisamos abraçá-la e defendê-la se quisermos construir sociedades verdadeiramente humanas.

Edney Gouvêa Mattoso

Bispo da Diocese de Nova Friburgo

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