A teia, a banda, o jongo e os sanfoneiros

segunda-feira, 06 de janeiro de 2014
por Jornal A Voz da Serra

Sandra Castro*

Lumiar foi palco da diversidade cultural brasileira no dia 7 de dezembro de 2013. Além da já tradicional apresentação de todo primeiro sábado de cada mês da centenária banda de música da Sociedade Musical Euterpe Lumiarense (Smel), junto com os Sanfoneiros da Serra, o Jongo da comunidade quilombola do Campinho, de Paraty, se juntou às manifestações locais e encantou a população e os visitantes, com seus ritmos, cantos e danças. Noite de festa do interior. Festa pela diversidade cultural brasileira.

A Euterpe Lumiarense nasceu em 1891, na mesma época que a Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, criada por Anacleto de Medeiros em 1896, que agregou músicos populares responsáveis pela criação do choro, ritmo autenticamente brasileiro, antecessor do samba, ambos resultados das tradições musicais europeias e africanas, misturadas no Brasil.

Naquele primeiro sábado de dezembro, a banda de Lumiar acolhia duas outras tradições, o jongo e a música regional dos sanfoneiros, mantendo-se digna do papel idêntico ao daquele do Corpo de Bombeiros. O Jongo é uma dança tradicional afro-brasileira em que saias coloridas se movimentam com as cantigas que ditam o ritmo. É uma linguagem cheia de símbolos ricos em significados.  

O encontro da rede dos pontos de cultura do estado do Rio de Janeiro em 2013 foi chamado de Teia Rural, tal como o de 2012, em Paraty, foi a Teia do Encantamento. A Teia Rural se espalhou, de 5 a 8 de dezembro, pelos distritos Lumiar e São Pedro da Serra, ambos do município de Nova Friburgo, e Barra Alegre, distrito de Bom Jardim.   

A Sociedade Musical Euterpe Lumiarense (Smel) tornou-se Ponto de Cultura a partir de edital do governo do estado, de 2009. Com isso, possibilitou a revitalização da banda, valorizando e despertando antigas emoções. Memória e história se fundem. Outrora, a Smel teve importante papel na cultura local, fomentando a formação musical e o acesso a diversos saberes. Hoje, segue agregando diferentes experiências do fazer humano. As atividades oferecidas pela Smel são gratuitas e os eventos realizados em espaços públicos. 

 

*socióloga e mestre em direito, coordenadora de projetos da Smel




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