José Duarte
Além da emoção de estar pela primeira vez na Capela Santo Antônio, 17 meses depois da tragédia que a destruiu parcialmente em janeiro de 2011, o público recorde que passou pela pequenina igreja entre 10 e 13 de junho para as celebrações da Festa do Padroeiro presenciou momentos marcantes da liturgia, com a presidência de vários padres.
Em todas as missas celebradas nestes últimos quatro dias, fomos testemunhas da comoção que levou inúmeras pessoas às lágrimas ao lembrar-se da capela, antes da destruição. Afinal, naquele espaço sagrado muitos casais, de todas as classes sociais de nossa cidade, receberam o sacramento do matrimônio.
Na principal missa da semana, presidida pelo bispo da Diocese de Nova Friburgo, Dom Edney Gouvêa Mattoso, às 18h de quarta-feira, 13, o tema da liturgia foi a intercessão de Santo Antônio, sua missão de pregador e evangelizador, seu espírito desprendido.
“Sua vida devotada, sua santidade, fazia de Santo Antônio um canal aberto, veículo de muitas graças, para todos que dele se aproximavam. Já em vida, temos notícias de bilocação, ou seja, era visto em um lugar e ao mesmo tempo em outro. Ele libertava, curava. Os santos, por eles mesmos, nada podem, tudo que eles são, como dizia São Paulo, é missão pela graça de Deus. Também por isso, tornam-se poderosos intercessores em nosso favor junto do Pai. Costumamos dizer, pelos méritos de Santo Antonio, Santa Luzia, São Francisco, ‘nós te pedimos, ó Deus, ouvi as nossas preces’. O que mais destacaríamos em Santo Antônio é a liturgia de hoje, na primeira leitura, a unção no Espírito Santo. Santo Antônio foi ungido e enviado, assumiu, assimilou, viveu o Evangelho”, finalizou Dom Edney.
O que de mais importante ficou nítido nesta festa foi a fé do povo. Em todas as missas a pequena igreja ficava lotada, o que levava as pessoas a assistirem às celebrações do lado de fora da capela. A procissão foi acompanhada por uma multidão de católicos, devotos de Santo Antônio, certos de ter conseguido a graça que particularmente cada um pediu.
Enfim, a festa de Santo Antônio deste ano, em particular, foi um acontecimento inesquecível. Se alguns achavam que ela não poderia ser realizada—por sua localização, aos pés de imenso deslizamento da encosta—ficou claro e evidente que a força de Deus, o esforço do padre Leão e a atitude corajosa de Dom Edney Mattoso foram mais fortes do que o pessimismo de alguns.
“Não fizemos a festa que queríamos, com todas as barracas, shows e atrações que costumeiramente estávamos habituados a promover aqui. É uma pena. Mas também não deixamos passar em branco. Reabrimos a capela para as celebrações e agora vamos fechar novamente para a continuidade das obras”, destacou Ziel, um dos coordenadores da festa.
Já o padre Antonio Leão Ferreira (Pároco) está confiante na caridade do povo friburguense. “Confio na ajuda do povo. Temos uma conta aberta no Banco Itaú, número 10000-0, agência 0222, e temos certeza que a solidariedade vai resultar na reinauguração solene da Capela Santo Antônio. Então, faremos uma grande festa”, disse o padre Leão, que durante a missa e após a procissão, ao proferir a bênção final, emocionado, chorou.
Agora, a capela volta à rotina de obras, ainda mais acelerada, já que as autoridades eclesiásticas pretendem reinaugurá-la em dezembro deste ano.
Deixe o seu comentário