A Páscoa segundo algumas vertentes cristãs

sexta-feira, 11 de abril de 2014
por Jornal A Voz da Serra
A Páscoa segundo algumas vertentes cristãs
A Páscoa segundo algumas vertentes cristãs

Diferenças à parte, a Páscoa é uma das mais importantes datas para o Cristianismo. Para alguns, trata-se da principal, já que fundamenta a crença primordial do cristão: a ressurreição e vida eterna. O fato é que, em todas as vertentes, a ideia de renovação, de ressurgimento e de aprimoramento pessoal é muito forte. A palavra "libertação” se faz presente, lembrando que Jesus Cristo veio para nos salvar, para nos libertar. Então, dentro da liberdade de expressão, dentro do direito de se ter — ou não — uma crença, o Light entrevistou alguns religiosos para que pudessem mostrar suas visões a respeito da Semana Santa, mais propriamente da Páscoa —, aproveitando o momento para mandarem mensagens para os nossos leitores. 

 

"Para nós, a Semana Santa não é chocolate — embora gostemos de chocolate. É uma época de reflexão acerca de nós mesmos, da nossa conduta enquanto cristãos. Como estou me aprimorando como ser humano? Esta é a pergunta que devemos nos fazer. Nós não temos rituais nem imagens. Nos lembramos desse período de Jesus como um ressurgimento. A ressurreição de Cristo representa a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra, a imortailidade e a sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida — o plano espiritual. Que o Senhor Jesus abençoe a todos.”

Ana Maria Melo de Deus, presidente do Centro Espírita Caminheiros do Bem

 


"Páscoa significa passagem. Então, Páscoa é a passagem de algo ruim, algo que nos escraviza, para a situação de libertação. É a vitória de Jesus Cristo sobre a morte, sobre o pecado. Jesus Cristo veio para nos mostrar o caminho ao Pai. De forma amorosa, com sua crucificação e ressurreição, ele nos abre caminho para o Pai. Então, que a Páscoa seja celebrada como uma festa do amor, da misericórdia, onde o Pai não poupou esforços nem amor para garantir a vida eterna.”

Padre Fábio Felippe, pároco da Igreja Nossa Senhora das Graças

e vigário episcopal do vicariato da sede Nova Friburgo

 


"Em Êxodo, se encontra a instituição da primeira Páscoa: significa a libertação do povo de Israel, do povo de Deus, das mãos do faraó do Egito. Então, a primeira celebração foi com carne, pães sem fermento e ervas amargas para lembrar a época de escravidão e a situação em que eles se encontrariam no momento da ceia, um momento de libertação, de redenção. Então, o que fazemos na nossa igreja é uma ceia, com pão sem fermento e ervas amargas, para lembrar do sofrimento da escravidão, mas também para vermos como somos livres hoje em dia, não somos escravizados, não precisamos servir mais a falsos deuses. A Páscoa contém um rico simbolismo profético que nos ensina, com clareza, a importância da redenção através do sangue de Cristo.”

Vera Lucia Ferreira do Amaral, pastora da Igreja Quadrangular de Conselheiro Paulino

 

"Sem Páscoa não há cristianismo. A Páscoa é o auge da missão de Cristo: a morte e a ressurreição. É a esperança que seremos ressuscitados. E quem nos indicou isso foi o próprio Deus, através de Jesus Cristo. Nós, luteranos, entendemos o evangelho de uma forma diferente, temos um diferencial doutrinal. Nós enfatizamos que corpo e alma são indissolúveis, inseparáveis. Ou seja, a alma não é dissociada do corpo. Alma é vida e o corpo dá condição para a vida. Então, o corpo morre, a alma também morre. Até o dia da ressurreição. Por isso não cultuamos santos, por que essas pessoas — mesmo Maria, mãe de Jesus — foram pessoas e, por conseguinte, estão mortas. Até o dia da ressurreição. Outra coisa: o cristão verdadeiro não precisa comprovar nada. A religiosidade é fundamentalmente mistério. Fé é uma verdade para a pessoa e produz esperança, a crença de que Deus está no sofrimento, na morte. A pessoa não está sozinha, nós nunca estamos sozinhos. E isso nos liberta de medos, de temores, nos dá coragem. Então, o que desejo a todos nesta Páscoa é que tenham paz pessoal em função de não estarmos sozinhos. Nossas angústias, nossos temores são superados em Deus e em Jesus Cristo. Promovam a paz. Tem uma passagem da Bíblia, em Jeremias,  que diz: ‘Procurai a paz da cidade e orai por ela ao Senhor. Porque na sua paz, vós terei paz.’”

Adélcio Kronbauer, pastor da Igreja Luterana de Nova Friburgo



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