A Nossa Friburgo traz boas notícias: Empresários e comerciantes renovam suas expectativas e apostam no turismo

segunda-feira, 28 de março de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Por Juliana Scarini / Fotos Ivan Barboza

Os exemplos de esperança e fé na renovação de Nova Friburgo não param de crescer. A equipe multimídia do curso de Comunicação Social da Universidade Candido Mendes (Ucam) percorreu na última semana importantes pontos comerciais e turísticos, em busca de boas notícias para o projeto A Nossa Friburgo, que já divulga informações positivas sobre a região não apenas na cidade, mas também no Rio de Janeiro e Niterói, através das redes sociais e blogs oficiais da Ucam.

A preocupação com a retomada do turismo é evidenciada pelos comerciantes e empresários, que elogiaram o projeto como um dos inúmeros mecanismos que vem sendo implantados na cidade para ajudar em sua recuperação. A informação positiva e sua veiculação no Grande Rio podem ser, na opinião deles, uma ferramenta importante para mostrar aos turistas que a cidade tem condições de oferecer atrativos, hospitalidade, passeios e atividades culturais de qualidade.

A loja Serrana, por exemplo, se reinventou após janeiro. Tradicional comércio de carnes na cidade há sete anos, mas já no mercado de distribuição há mais de dez anos — nas regiões Serrana, Norte, Centro-Norte fluminense e Região dos Lagos —, a Serrana reabriu suas portas com nova decoração, em espaço amplo e arejado. São quase 70 funcionários envolvidos nos serviços prestados pela empresa — um grupo composto pela loja de varejo e distribuidora em Nova Friburgo, Charqueado, em Magé, laticínios e fazenda produtora de grãos, em Macaé.

Um dos gerentes da Serrana, João Coutinho, em entrevista à Equipe Multimídia da Ucam, reiterou a confiança da empresa no desenvolvimento e potencial de renovação de Nova Friburgo. Segundo ele, sempre houve a intenção e certeza da reabertura da loja.

— Apesar das perdas e do que ocorreu na cidade, outros empresários também devem recomeçar, afinal, a Nova Friburgo não parou.

PRODUTO TIPO EXPORTAÇÃO

Cem por cento friburguense. Assim é a fábrica Ubon Suavitrat, que atua em Nova Friburgo há 40 anos, no quilômetro 7 da RJ-130 (Estrada Nova Friburgo-Teresópolis). Especializada na produção de cosméticos naturais, como os sabonetes de eucalipto ou canela rosa, óleos essências aromatizantes de ambientes e a linha Suavitrat Leite de Cabra, que é bastante conhecida na cidade, a empresa trabalha com exportação e segue em frente com produção a todo vapor.

Com a intenção de buscar boas notícias para o projeto A Nossa Friburgo, a equipe da Ucam visitou a fábrica Ubon Suavitrat na última semana e conheceu todo o processo de fabricação dos produtos — desde a prensa, que dá formato ao sabonete, ao encartuchamento, máquina que embala os produtos. Todos os cosméticos são manipulados com a água das nascentes existentes na sede da fábrica e, além disso, a linha Suavitrat Leite de Cabra é manipulada com o puro leite integral de cabras da região.

A empresa não teve sua instalação afetada pelas chuvas de janeiro, mas sentiu uma queda no turismo e na produção durante os 30 dias que sucederam a tragédia. Hoje a fábrica já retomou sua produção normal e tem um mercado expressivo de exportação. Segundo a supervisora de marketing e vendas da empresa, Simone Valladares, a “Ubon Suavitrat desenvolve um sabonete especialmente direcionado a três clientes do Japão”. Simone lamentou o ocorrido com o país, mas garantiu que as relações com o comércio japonês não foram afetadas. Além da exportação, a fábrica — que produz cerca de 250 mil itens por mês — revende para todo o estado do Rio de Janeiro, para o Sul do país, São Paulo, Minas Gerais, Belo Horizonte e Ceará.

— Estou impressionada com a população de Friburgo, porque as pessoas não estão se deixando abater com o que aconteceu. Através de iniciativas como este projeto da Universidade Candido Mendes, divulgando boas notícias sobre nossa cidade, só temos a melhorar — ressaltou Simone.

A produção de todos os cosméticos e sabonetes é acompanhada por um químico que garante a qualidade dos produtos. A linha orgânica da empresa foi pioneira e é certificada no Brasil. Quem quiser visitar o local, está aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, ou aos sábados, das 9h às 17h.

APIÁRIO – TURISMO PEDAGÓGICO

O Apiário Amigos da Terra, também localizado no circuito turístico Tere-Fri, existe há 20 anos na cidade e oferece aos visitantes um turismo pedagógico. Um passeio pelas instalações do local oferece aos visitantes a oportunidade de conhecer a criação de abelhas, o processo de decantação do mel, produção de própolis e o Museu do Mel — o primeiro do Brasil, muito visitado por escolas. Mesmo estando tão próximo aos locais mais atingidos pelas chuvas, o Apiário funciona normalmente e está em plenas condições de receber bem o turista.

O Museu do Mel tem como objetivo garantir entretenimento, cultura e tirar as dúvidas das crianças e adultos, mostrando o que é o própolis, a produção, a geleia real, entre outros. No museu, a visita começa com explicações acerca da origem das abelhas, desde a formação do planeta até a apicultura atual, passando pela descrição da anatomia e relação das abelhas com as plantas até conhecer uma câmera de cria, ou seja, ninho de abelhas.

O apiário trabalha com abelhas “africanizadas” — espécie decorrente do cruzamento de abelhas européias com abelhas africanas, que são extremamente adaptadas à biodiversidade brasileira. São resistentes a parasitas e doenças, dispensando o uso de antibióticos e produtos químicos.

Além da produção de mel 100% natural, a empresa trabalha com mel composto de laranjeira, assa-peixe, própolis e eucalipto, sabonetes a base de mel, bombons de pólen e o carro-chefe da empresa — o pão de mel. Todos esses produtos podem ser adquiridos na loja do apiário, na Queijaria Suíça e outros comércios da cidade. A empresa os vende para toda a Região Serrana, litoral e, principalmente, Rio de Janeiro.

No local, ainda é ministrado o curso “Como produzir mel e derivados” — um curso de apicultura teórico e prático, no qual os interessados aprendem a criar as abelhas africanizadas. Quem quiser conhecer o local, marcar uma visita de grupos escolares ou obter informações sobre o curso deve ligar para (22) 2529-4182.

Um projeto desenvolvido pelo Amigos da Terra desde 2004 é o “Florindo a Tere-Fri”, que promoveu o plantio de cinco mil espécies nativas ao longo da RJ-130. Para Luis Moraes, diretor da empresa, agora é a hora de retomar o projeto, pois a necessidade de reflorestamento após as chuvas que atingiram a cidade é muito maior. Ele acredita que a recuperação do turismo será fundamental para minimizar possíveis perdas econômicas decorrentes da tragédia de janeiro.

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