A menos de um mês do carnaval, aumenta a procura por atividades físicas

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
A menos de um mês do carnaval, aumenta a procura por atividades físicas
A menos de um mês do carnaval, aumenta a procura por atividades físicas

Lívia Assad

Com o carnaval se aproximando, a demanda por atividades físicas em janeiro chega a aumentar em até 40 por cento em comparação a outros períodos do ano. Proprietários de academias de Nova Friburgo explicam que a primeira etapa da corrida de emagrecimento para o verão começa em agosto e sofre uma pausa em dezembro. Depois das festas de Natal e Ano-Novo, os alunos voltam a lotar salas de musculação e aulas de ginástica em busca de resultados imediatos.

As pessoas que começam a frequentar academias nesta época do ano, em geral, fazem parte de um público flutuante, que busca apenas melhorias estéticas. Para atender às necessidades desses alunos, as atividades mais disputadas são aquelas que ajudam a queimar calorias rapidamente, como, por exemplo, as aulas de spinning e jump.

Rosane Mussi, proprietária de uma academia no Paissandu, diz que este ano o cenário está um pouco diferente dos anos anteriores por conta das chuvas que afetam o estado do Rio. “Como nas cidades de praia também está chovendo bastante, nem todo mundo se anima de vir à academia. Isso está afetando a procura. Mas existe um público fiel, que não deixa de comparecer, chova ou faça sol, em qualquer época do ano. Um exemplo disso foi janeiro de 2011. Depois da tragédia tivemos uma grande surpresa. Quando reabrimos, a academia ficou absolutamente lotada, a maioria não deixou de estar presente”, relembra.

Matheus Lopes de Souza, dono de uma academia em Olaria, enfatiza que dificilmente os alunos procuram as atividades físicas pensando na saúde. “Eu acho que 90 por cento das pessoas que vêm à academia estão aqui por causa do corpo. Alguns querem emagrecer, outros desejam ficar malhados. É bastante raro alguém que pensa na saúde”, conta ele.

Conrado Oliva, sócio de uma academia no Centro, acredita que a preocupação com a saúde ocorre em geral a partir dos 30 anos. “Aqui, mais de 50 por cento dos alunos têm entre 9 e 29 anos. Nessa faixa etária, o comprometimento maior não é com a construção de hábitos saudáveis, mas, sim, com a estética. Tanto faz o sexo, homens e mulheres querem a mesma coisa. A gente costuma brincar dizendo que as pessoas querem passar o carnaval sem camisa”, comenta o sócio.

Criador e proprietário do TEI—Treinamento Específico Individual—, no Paissandu, Tadeu Benevides analisa com preocupação o cenário de desvalorização dos hábitos de vida saudáveis e percebe que a saúde não é prioridade no Brasil. “A situação que vivemos hoje é complicada. Faz parte da cultura do brasileiro não levar a atividade física a sério por tempo prolongado. Somos o segundo país do mundo em consumo de fitness, mas o aspecto da saúde é deixado de lado. Provavelmente vamos chegar ao ponto que os Estados Unidos chegaram e teremos que encarar o problema da obesidade. Basta ver que os consultórios médicos estão sempre lotados, mas as academias passam meses no vermelho. É de extrema importância que o Estado comece uma campanha para conscientizar a população sobre isso”, conclui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade