Vinicius Gastin
Nos últimos anos, as médias de público no campeonato carioca vêm caindo, vertiginosamente. Os motivos para o afastamento do torcedor são inúmeros: os altos preços dos ingressos, a falta de organização nas partidas, a falta de atrativos além do futebol nos estádios, os horários impróprios e a não realização de jogos dos clubes da capital no interior. No entanto, o Friburguense vive um momento oposto e comemora o aumento do número de torcedores no Eduardo Guinle.
Em levantamento feito na última terça-feira, 26, o Frizão apresentou as melhores médias entre os clubes médios do estado na Taça Guanabara. Enquanto o torneio teve média de 2.369 pagantes por jogo, o tricolor da serra apresentou números superiores: 2.540 por partida, mais da metade do registrado por Botafogo e Fluminense e pouco menos que a metade da torcida do Vasco. O Flamengo apresenta a melhor média (9.365 pagantes) mesmo tendo sido o único a rejeitar o barateamento. Em seguida, surgem Vasco (5.287), Fluminense (4.836) e Botafogo (4.446). O melhor público do campeonato se deu com o Flamengo 1 x 0 Botafogo (22.227 pagantes, renda de R$ 855.270,00), pela 7ª rodada da Taça Guanabara. O pior público foi registrado no duelo entre Boavista x Olaria, no Eucy Resende: 150 testemunhas, R$ 2.500,00 arrecadados.
médias dos clubes na Taça GB:
Flamengo: 9.365
Vasco: 5.287
Fluminense: 4.836
Botafogo: 4.446
Friburguense: 2.540
Macaé: 1.402
Olaria: 1.384
Quissamã: 1.366
Duque de Caxias: 1.307
Boavista: 1.114
Volta Redonda: 1.036
Bangu: 985
Resende: 825
Madureira: 779
Nova Iguaçu: 743
Audax: 496
Frizão liderou o ranking em 2012
O fato de ter a torcida mais presente entre os clubes do interior não é uma novidade para o Friburguense. Em 2012, o tricolor da serra obteve a melhor média entre os times de menor investimento do campeonato carioca, 1.995 por partida. No primeiro turno de 2013, o aumento do número de torcedores supera em 545. Os dados consideram o duelo entre Friburguense x Flamengo disputado em Macaé, mas que teve o mando de campo do Frizão.
Levando em conta apenas os jogos disputados no Eduardo Guinle, os números também são satisfatórios e colocam o time de Gerson Andreotti na liderança de público entre os clubes do interior. Na estreia contra o Bangu, 900 pessoas compareceram para apoiar a equipe. Diante do Audax, 1.500 torcedores coloriram as arquibancadas com o azul, vermelho e branco, enquanto 675 apoiaram o Friburguense contra o Macaé. Em média, o Eduardo Guinle recebeu 1.018 torcedores durante a Taça Guanabara com a arrecadação total de R$ 35.950,00. Na Taça Rio, o Frizão terá mais quatro partidas em casa: Nova Iguaçu, Olaria, Madureira e Quissamã.
“O Eduardo Guinle é a nossa casa e sentimos falta quando passamos quatro rodadas longe do estádio. O apoio da nossa torcida, que tem incentivado e reconhecido o esforço de nossos atletas é fundamental. Pedimos que continuem comparecendo para tornar a nossa equipe ainda mais forte em casa”, destacou o técnico Gerson Andreotti.
Números do Friburguense como mandante (considerando Friburguense x Flamengo em Macaé):
Total de público presente: 12.292
Média de público presente: 1.536
Total de público pagante: 10.109
Média de público pagante: 1.263
Total de público meia-entrada: 4.261
Média de público meia-entrada: 532
Total de público gratuidades: 2.183
Média de público gratuidades: 272
Total de renda: R$ 159.570,00
Média de renda: R$ 19.946,25
Total de renda inteira: R$ 120.960,00
Média de renda inteira: R$ 38.610,00
Total de renda meia-entrada: R$ 15.120,00
Média de renda meia-entrada: R$ 4.826,25
O Friburguense no Eduardo Guinle:
Total de público presente: 3.056
Média de público presente: 1.018
Total de público pagante: 2.786
Média de público pagante: 928
Total de público meia-entrada: 1.811
Média de público meia-entrada: 603
Total de público gratuidades: 270
Média de público gratuidades: 90
Total de renda: R$ 35.950,00
Média de renda: R$ 11.983,33
Total de renda inteira: R$ 20.200,00
Média de renda inteira: R$ 6.733,33
Total de renda meia-entrada: R$ 16.110,00
Média de renda meia-entrada: R$ 5.370,00
Médias de público em 2012 (clubes médios):
Americano: 1.319
Bangu: 1.171
Boavista: 792
Bonsucesso: 409
Duque de Caxias: 559
Friburguense: 1.995
Macaé: 522
Madureira: 523
Nova Iguaçu: 1.300
Olaria: 1.303
Resende: 1.115
Volta Redonda: 696
Vamos fazer parcerias com o Léo Moura?
Professor José Augusto
(prodesport@uol.com.br)
Há muitos anos venho defendendo a importância da parceria entre o poder público e entidades sociais ou privadas para o fortalecimento do esporte friburguense. Sigo nesta luta há 20 anos através da Ascof, há 12 anos através dos Jogos Intercolegiais, há 10 através do Conselho Municipal de Esportes, onde atualmente estou presidente, e há quatro anos através do Instituto Amigos do Esporte.
Ao longo destes anos, diversas propostas foram encaminhadas ao executivo. Muitas reuniões foram realizadas na Câmara dos Vereadores e promovemos três Conferências Municipais do Esporte reunindo a Comunidade Esportiva. Deste trabalho, nasceu o Prodes—Programa de Desenvolvimento Esportivo—, que propõe medidas planejadas para que, no prazo de 10 anos, Nova Friburgo se torne uma das melhores cidades do país na formação de atletas. Este programa, há seis anos, está parado por falta de iniciativa do poder público.
Fiquei muito feliz ao saber pelo jornal A Voz da Serra, o interesse do novo governo municipal em realizar parceira com o jogador Léo Moura, que deseja implantar em nossa cidade um projeto para crianças de baixa renda e encaminhar os destaques para um dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro. Segundo a matéria, o executivo se propôs a fazer alterações no orçamento municipal, intermediar parcerias com a iniciativa provada, através de Lei de Incentivo Fiscal.
Se, de um lado fico feliz com o interesse, por outro, fico muito preocupado. Existem em Nova Friburgo dezenas de iniciativas pessoais e de organizações que estão atendendo, sem nenhum ou muito pouco apoio do poder público, centenas ou milhares de crianças no futebol e outras modalidades esportivas. Já encaminhamos ao Executivo, no ano passado, o projeto de lei que cria o Fundo Municipal de Incentivo ao Esporte e Lei Municipal de Incentivo Fiscal para empresas que investem em projetos sociais esportivos. Há 10 anos o Conselho Municipal tenta se reunir com um prefeito e nunca conseguiu. Será preciso um jogador vir de outra cidade para conseguir aquilo pelo qual lutamos há tantos anos?
Se Leonardo Moura deseja montar um projeto em nossa cidade, aplaudo a iniciativa de pé, mas que ele traga junto os recursos financeiros necessários para tal. Tenho certeza de que com o prestígio que ele possui terá condições de conseguir estes recursos com grandes empresas nacionais sem necessidade de consumir os poucos recursos que o município e empresas locais possuem. Quero ressaltar ainda que temos em nosso município o Friburguense Atlético Clube, que tão bem representa nossa cidade. Qualquer talento revelado nesta cidade deveria primeiro representar o nosso time e não um dos grandes do Rio de Janeiro, caso contrário estaríamos condenados a ser para sempre um time pequeno.
Espero que o governo municipal, antes de investir qualquer esforço para viabilizar um projeto sem raízes em nosso município, pense naqueles que há décadas vêm mantendo o esporte friburguense vivo.
Vamos organizar o orçamento municipal sim, para dar mais recursos para a nossa Secretaria de Esportes, que não possui condições mínimas para implantar os seus projetos. Vamos organizar o orçamento municipal sim, para dar a tão necessária subvenção ao Friburguense, ao Instituto Amigos do Esporte e tantas outras entidades que prestam um belo trabalho em Nova Friburgo. Enfim, vamos criar a Lei de Incentivo Fiscal e Fundo de Apoio ao Esporte para dar às crianças a atenção e o trabalho que merecem. Depois disso, que venha o Léo Moura e outros astros, afinal de contas, com a quantidade de talentos esportivos naturais que temos, existe espaço para todos. Viva Nova Friburgo!
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