A língua portuguesa agradece

Mesmo que você saiba de todas essas formas corretas, é bom frisá-las. E podem ser úteis para quem não as domina.
sexta-feira, 04 de julho de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Por favor, não diga: menas (sempre menos); mortandela (mortadela); mendingo (mendigo); trabisseiro (travesseiro); trezentas gramas (é O grama [peso] e não A grama [capim], então, trezentos gramas de açúcar); de menor, de maior (é simplesmente maior ou menor de idade); imbigo (umbigo); eu truxe (eu trouxe); meio-dia e meio (meio-dia e meia [hora]); beneficiente (beneficente [lembre-se de Beneficência Portuguesa]); estou meia cansada (meio cansada).

Lembre-se também de escrever: mal, antônimo de bem (estou passando mal [bem]); mau, antônimo de bom (não estou de mau [bom] humor).

O certo é cuspir e não guspir.

O certo é basculante e não vasculhante (se for aquela janela do banheiro ou da cozinha, agora, se for quem vasculha... quem sabe?)

Se estiver com muito calor, poderá dizer que está suando (com U) e não soando, pois quem soa é sino! Ou “isso está me soando mal” (parecendo mal).

O peixe tem espinha (espinha dorsal) e não espinho. Plantas têm espinhos.

Homem diz obrigado e mulher, obrigada. E acredite: se for plural, o obrigado – assim como agradecido – acompanha. Homens dizem obrigados e mulheres, obrigadas.

O certo é haja vista (que se oferece à vista) e não haja visto.

“Faz dois anos que não o vejo” e não “fazem dois anos...”.

Por isso e não porisso.

“Havia muitas pessoas no local” e não “haviam...”.

Problema e não poblema ou pobrema.

Escreva a partir e nunca à partir (antes de verbo não se usa crase!).

Para eu fazer, para eu comprar, para eu comer... e não para mim fazer, para mim comprar, para mim comer (mim não conjuga verbo; apenas eu, tu, ele, nós, vós, eles).

As pronúncias: CD-ROM é falado igual a Roma, sem o A. Não é CD-RUM (nem CD-pinga, CD-vodca etc.). ROM é abreviatura de Read Only Memory – memória apenas para leitura. A pronúncia rum é de room (porta). Hall se diz rol, não rau, nem au. Feche (fêche, som fechado) a porta (e não féche, a não ser que você seja nordestino!). Poça (pôça) de água (e não póça). E creia: o correto é reCORde, com a sílaba tônica (forte, no cor) como na TV Recorde (e não récorde, como a Globo insiste em pronunciar [por que será?]).

O verbo é vir – é difícil alguém usá-lo adequadamente. Não se usa: “Era para eu vim mais cedo, mas não deu”. O correto é: “...para eu vir mais cedo...”.

E agora, o horror divulgado pelo pessoal do telemarketing: não é “eu vou estar transferindo”, “vou estar passando”, “vou estar verificando”, e sim “eu vou transferir”, “vou passar” e “vou verificar” (muito mais simples, mais elegante e CORRETO).

A nível de... Só se usa para “no nível do mar”. Troque por: “em âmbito de”... ou “em se tratando de”...

Inadequado: “Correr atrás do prejuízo” (só se for doido). Adequado: “Correr atrás do acerto/lucro”.

Incorreto: “Correr risco de vida”. Adequado: “Correr risco de morte” ou “correr risco de morrer”.

Conviver juntos – errado. Basta conviver (o con- já significa junto).

Pequenos detalhes – errado. Se são detalhes... são pequenos. Basta detalhes.

Encarar de frente – errado. Alguém aí encara de costas? Basta encarar.

Por último, e talvez a pior de todas: por favor, arranquemos os malditos seje e esteje do nosso vocabulário. O correto é SEJA e ESTEJA!

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