Thereza Freire Vieira (*)
A idade em que as pessoas são consideradas velhas é muito relativa, varia com a época. Em 1900, aos quarenta anos um indivíduo era considerado velho.
Hoje em dia, a idade média de vida considerada é de 68 anos de idade.
A idade a partir da qual o indivíduo é considerado velho depende do tratamento que os mais jovens lhe dão.
Achando velho uma palavra depreciativa, resolveu-se em geriatria e gerontologia usar o termo terceira idade, e nem é uma idade cronológica específica.
Acho que há mais coerência em dizer que um indivíduo é velho quando ele perde a autonomia.
Se uma pessoa tem 70 anos, com artropatia, hipertensão, úlcera de estômago, mas exerce as suas atividades, a sua renda mensal o torna independente da família, ele não é velho. Um outro com 60 anos, mas portador de doença de Alzheirner ou qualquer outro tipo de demência, é considerado velho porque depende dos cuidados de terceiros, os guardadores, sejam familiares ou não. Tem menos idade, mas é portador de uma doença limitante. Ele depende de outras pessoas para cuidar-se, alimentar-se e outras coisas que habitualmente os idosos podem fazer sozinhos.
O importante é que a ajuda seja na hora certa e de quem realmente precisa. E não permitir que um idoso seja interditado apenas por não querer assinar para que uma casa seja vendida ou porque não deseja ir às reuniões sociais.
O indivíduo não está caduco apenas porque um dia se esqueceu de desligar o gás ou de apagar as luzes da casa, ou saiu para fazer uma compra e não conseguia lembrar-se das encomendas. Nunca se deve dizer que ele está caducando porque apresenta alguns esquecimentos.
Quando um jovem se esquece de alguma coisa, ninguém vai achar que ele está caduco, esclerosado.
É importante que as pessoas que não começaram a respeitar os idosos comecem, pois nunca é tarde.
Seria bom que os velhos aprendessem a dizer quando é vítima de desrespeito: “O respeito é bom e eu gosto”.
(*) Médica Geriatra e escritora,
colaboradora de jornais e revistas
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