Antônio Vilela Pereira (*)
Desejos proibidos e reprimidos. Desejos avassaladores. Desejos de perdição. Que até causam mortes, suicídios e consequências funestas e trágicas para pessoas e seus grupos familiares. Isso vale tanto para heterossexuais como também para homossexuais. Enfim, doutores sexólogos vêm se dedicando com afinco a estudos e análises sérias da sexualidade humana. Médicos, psiquiatras, psicanalistas, psicólogos, terapeutas etc estão esmiuçando essa temática sensível e complexa, que é o motor central de geração da vida humana. Sigmund Freud, Jung, Schopenhauer, Wilhelm Reich, eis alguns dos especialistas mais eminentes, dentre outros, que se dedicaram à tratativa sexual.
Quanto a poetas, escritores, teatrólogos, assumidamente homossexuais (são muitos), reporto-me apenas a um: Oscar Wilde (Oscar Fingal O’Flabertie Wills, nascido em Dublin, na Irlanda, em 1854 e morto em Paris, na França, em 1900). Foi um dos grandes literatos do Reino Unido (arquipélago das ilhas britânicas). Devido ao homossexualismo, processou um nobre por difamação, justamente o pai do seu jovem amante, perdeu a causa no Tribunal, foi condenado a dois anos de trabalhos forçados na prisão de Reading. Libertado, partiu para a França, onde morreu em completa miséria, em Paris. A obra literária que deixou ainda hoje é lida, apreciada e admirada. Com tamanho talento e sensibilidade, acabou assim, na sarjeta, em terra estrangeira e sem amigos.
Na atualidade, na maioria de países, o homossexualismo deixou de ser catalogado como doença, está diminuindo o preconceito. Ainda assim, alguns países fundamentalistas condenam à prisão perpétua e até à morte praticantes da homossexualidade. No século XXI, pessoas sensatas e justas, procuram acender luzes de compreensão e de respeito ao direito alheio de ser diferente e ser tratado com dignidade por uma sociedade que aspira ser igualitária.
Os regimes totalitários empregam técnicas para manipularem as pessoas, usam principalmente a sexualidade para amedrontarem opositores, desgastarem e destruírem todos quantos possam significar contestação aos propósitos dominantes. Aprisionam homens e mulheres, os jogam em prisões imundas, onde são currados, violentados, estuprados, sem dó nem piedade. Aliás, técnicas assim, ainda hoje, por vezes são empregadas em quartéis, delegacias e centros de triagem, de países que se proclamam democráticos e livres. Não ficou tão longe a Segunda Guerra Mundial e os estragos ocasionados pelo nazismo e pelo fascismo. Nos campos de concentração e de extermínio, não foram exterminados apenas judeus, também o foram ciganos e homossexuais, somando todos, aproximadamente, seis milhões de pessoas.
(*) auditor fiscal do trabalho (ap.),
jornalista e escritor
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