Elisabeth Souza Cruz
Assim como a trova, que diz tudo que se quer dizer em apenas quatro versos, poupando a leitura de longos textos, a charge também dá seu recado, como se diz no Nordeste: na lata! Os antigos diziam, com propriedade, que para bom entendedor meia palavra basta. Nesse mister, Silvério tem sido o arauto das mensagens mais inusitadas sobre a vida friburguense. Basta abrir o jornal A VOZ DA SERRA e se inteirar dos acontecimentos, por intermédio de suas charges, sempre muito oportunas. A mais atual, intitulada "Pichações na Ponte Branca”, mexe com os brios de quem gosta de falar sério brincando. Observando a arte do chargista, é possível tirar proveito de uma situação desagradável e, como diz outro ditado, o que não tem remédio remediado está. Vamos aproveitar o ensejo, pois buscar nas dificuldades uma superação é sustentabilidade. A ideia é simples: o governo municipal, diante da impossibilidade de devolver a cabeça para nossa escultura, pode criar a lenda da "Estátua sem cabeça”. Com certeza o fato repercutirá beneficiando a cidade em termos de turismo. Já que o Cão Sentado é um símbolo afastado do centro urbano, a estátua sem cabeça tem a vantagem de atrair as atenções por estar no coração da cidade. Se a estátua (lenda) foi vista com latinha de tinta e trincha, ninguém se admire de dar de cara com ela, em plena avenida Alberto Braune, de pires na mão, angariando fundos para a sua autorrestauração. A história pode parecer sem pé e sem cabeça, mas... tudo pode acontecer!...
A nova lenda convence
e o povo não esmoreça:
- No folclore friburguense
tem estátua sem cabeça!
Elisabeth Souza Cruz
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