Mario de Moraes
Boa parte dos turistas que viajam à Europa e não desejam apenas fazer compras, fazem questão de visitar os famosos museus locais. Aqui nem tanto, apesar de possuirmos alguns museus importantes, como o Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Até mesmo aqueles que vêm de outros estados brasileiros geralmente se restringem a visitas ao Pão de Açúcar, ao Corcovado e às famosas praias cariocas. É pena, porque teriam muita coisa interessante para ver.
Entre outras, conhecer a evolução da arte através dos tempos, como o nascimento do Impressionismo, tema que trataremos agora.
Esse movimento artístico surgiu na pintura europeia do século 19 e seu nome é derivado da obra Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet.
De acordo com os estudiosos da história da arte, os artistas impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. Eles saíram em busca dos elementos fundamentais de cada arte, pesquisando a produção pictórica, não estando mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas procuravam ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento, utilizando pinceladas soltas, tornaram-se o principal elemento da pintura. Geralmente as telas dos impressionistas eram pintadas ao ar livre, a fim de que o artista pudesse capturar melhor as nuances da natureza.
A arte visual do impressionismo terminou influenciando outros movimentos artísticos, entre os quais a música impressionista e a literatura.
Para que uma obra seja considerada impressionista, ela deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, já que as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da luz do sol. As figuras focalizadas não devem ter contornos nítidos, pois a obra deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser mancha/cor. As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. Numa obra impressionista plena, o preto nunca é utilizado. Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito usado pelos acadêmicos do passado. As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do artista. Ao contrário. Elas devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É quem observa a obra que, ao admirá-la, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar ótica.
Entre os mais famosos representantes do Impressionismo podem ser apontados Renoir, Claude Monet e Edgar Degas, sendo que, de todos eles, Monet é considerado um dos maiores artistas da pintura impressionista
O termo impressionismo nasceu em virtude de um dos primeiros quadros de Monet, Impressão, Nascer do Sol. O termo impressionismo foi vítima de uma contundente crítica feita pelo pintor e escritor Louis Leroy, que declarou maldosamente: Impressão, Nascer do Sol – eu bem o sabia! Pensava eu, se estou impressionado é porque lá há uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha”. A expressão impressionismo, de início, foi usada de forma pejorativa, mas Monet e seus seguidores adotaram o título, certos de que estavam iniciando uma revolução artística na pintura.
Eliseu Visconti, no início do século 20, foi o artista brasileiro que melhor representou os postulados impressionistas em nosso país. Segundo o crítico Flávio de Aquino, “Visconti é, para nós, o precursor da arte dos nossos dias, o nosso mais legítimo representante de uma das mais importantes etapas da pintura contemporânea: o impressionismo. Trouxe-o da França ainda quente das discussões, vivo: transformou-o, ante o motivo brasileiro, perante a cor e a atmosfera luminosa do nosso país”.
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