99Pop chega a Nova Friburgo batendo preços do Uber

Aplicativo de transporte promete acirrar a concorrência, em meio a regulamentação do serviço, em discussão na Câmara
terça-feira, 23 de outubro de 2018
por Alerrandre Barros (alerrandre@avozdaserra.com.br)
O comparativo entre os serviços mostra grande diferença de preço (Fotomontagem)
O comparativo entre os serviços mostra grande diferença de preço (Fotomontagem)

O 99Pop, serviço de transporte individual de passageiros do aplicativo 99, entrou em operação nesta terça-feira, 23, em Nova Friburgo, e promete acirrar a disputa com a empresa Uber, que já atua na cidade desde janeiro deste ano. O 99Pop compõe o app da 99 que também oferece o serviço de táxi, o conhecido 99Taxi, utilizado por taxistas no município.

A VOZ DA SERRA simulou uma viagem partindo da sede do jornal, na (Avenida Comte Bittencourt, 114, no Centro) até o Country Clube (Avenida Conselheiro Julius Arp, 141, no Centro), por volta das 18h desta terça, e a 99Pop estava oferecendo o serviço por R$ 7,20, contra R$ 12,41 com a Uber. O 99Taxi, por sua vez, cobrava pelo mesmo percurso, de 1,3 km, R$ 12,50. Os apps ofereciam a mesma quantidade de veículos: cinco carros.

Para usar o 99Pop (motorista particular) ou o 99Taxi (taxista), é preciso baixar o app 99 nas lojas de aplicativos para celular, a Google Play para aparelhos com sistema operacional Android, ou a Apple Store, para Iphones. O sistema da 99 é semelhante ao da Uber. A diferença é que o usuário, após indicar o endereço de viagem, escolherá o serviço oferecido: 99Pop ou 99Taxi.

O 99Pop chega em meio à regulamentação para o transporte de passageiros por aplicativos, em tramitação na Câmara Municipal. Na última sexta-feira, 19, o Legislativo realizou uma audiência pública para debater o assunto, conforme determina a Lei Orgânica. Ficou definido, no encontro, a composição de uma comissão, que irá se reunir periodicamente, para fazer a análise do projeto.

A primeira reunião da comissão está marcada para o dia 29. Ela deverá ser encabeçada pelos membros da Comissão de Mobilidade Urbana, Ordem Urbana e Paz Social, que tem como presidente o vereador Marcinho (PRB) e como membros os parlamentares Sérgio Louback (PSC) e Wellington Moreira (MDB). Em sua composição estarão três representantes do serviço de transporte de passageiros por aplicativos.


Além disso, alguns vereadores que participaram da audiência também solicitaram fazer parte desse grupo de trabalho, entre eles: Zezinho do Caminhão (Psol), Professor Pierre (Psol) e o líder de governo Aylter Maguila (MDB), que tem auxiliado na apresentação da regulamentação proposta pela prefeitura aos demais companheiros de trabalho.

Segundo o vereador Zezinho do Caminhão, as discussões sobre o projeto com os principais interessados estão apenas no começo. De acordo com ele, a criação de comissão segue o mesmo princípio aplicado em 2015, quando foi votada a regulamentação para os taxistas:

“Montamos uma comissão, juntos analisamos artigo por artigo do projeto e ainda definimos pelos menos 40 emendas, antes do mesmo ser colocado em votação. A reunião do dia 29 é só a primeira, em média deverão ser feitas seis reuniões ou mais, até esgotarem o assunto, para que a regulamentação aplicada seja favorável aos motoristas, aos passageiros e a mobilidade da cidade”, explica o parlamentar.

Conforme A VOZ DA SERRA noticiou no último dia 4, o anteprojeto de lei que trata da regulamentação reúne diretrizes para que as empresas que controlam os apps e seus motoristas operem nas ruas do município. Pela proposta, as empresas terão que se cadastrar na prefeitura para obter uma licença anual, que será emitida mediante pagamento de uma taxa. As empresas terão que seguir uma série de obrigações, como ceder dados sobre o serviço ao município e ainda pagar Imposto Sobre Serviços (ISS).

Os motoristas também só poderão circular com uma licença. Para obter o aval da prefeitura, o motorista terá que apresentar, além dos documentos necessários para dirigir o carro, certidão negativa de antecedentes criminais e comprovante de contribuição ao INSS. Também será exigida apólice de seguro de Acidentes Pessoais a Passageiros (APP) e o DPVAT, o seguro obrigatório cobrado de todos os veículos anualmente.

A proposta estabelece ainda que os carros utilizados para o transporte de passageiros por aplicativos deverão ter até dez anos de fabricação e possuir capacidade máxima de sete passageiros. Terão ainda que conter uma identificação interna com a logomarca e número de matrícula da empresa que opera o aplicativo. A matrícula será emitida pela Smomu, responsável por fiscalizar o serviço e inspecionar os carros. Os preços continuarão sendo fixados pelas empresas.

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TAGS: uber | Trânsito
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