“Quando amanheceu pudemos ver
que não era uma ‘enchente’ normal”
“Naquele dia 11/01, quando cheguei à Defesa Civil, o pluviômetro já marcava 65 mm nas últimas 24h e o radar indicava que a chuva continuaria ao menos por duas horas, ultrapassando o índice crítico de 80 mm/24h. Acionamos, então, o que era previsto no Plano Verão (o melhor plano que conseguimos fazer com R$ 70 mil de orçamento anual contingenciado), ou seja: avisar ao prefeito, secretários, meios de comunicação e contatos nas comunidades consideradas áreas de risco. Tudo isso foi feito. Avisamos, também, através de duas mensagens no Twitter da Defesa Civil de Nova Friburgo.
Com a emissão do alerta, todos os órgãos de imprensa estiveram na Defesa Civil, gravando material que seria veiculado ao longo do dia.
O que veio depois todos já sabemos. Um desabamento às 16h, quando a chuva parecia estar perdendo força. Outros eventos ainda antes da meia-noite, próximo ao Colégio Miosótis e na Vila Amélia.
Quando amanheceu pudemos ver que não era uma “enchente” normal. Moro nas margens do Bengalas há mais de 25 anos e nunca tinha visto nada igual. Mas não havia ainda como ter dimensão da tragédia que, pela falta de comunicação, parecia concentrada no Centro.
Eu sempre estive convencido de que o nosso sistema de alerta funcionou, salvando algumas vidas, e que não teria mesmo evitado a perda de muitas outras, como os eventos do Centro, já que não eram área de risco. Com esta mensagem, ficou provado que a sistema de alerta, ainda que incipiente, conseguiu salvar ao menos uma vida!
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