Por Reis de Souza
Drogas:
uma luta sem fim...
Até ao observador eventual fica evidente que o Estado está perdendo a luta Icontra o tráfico e a comercialização de drogas como a cocaína, a maconha e a heroína para citar apenas as de efeito mais pernicioso. As medidas da repressão sintetizadas no binômio Polícia/Judiciário mostram-se incompetentes para deter o avanço e toda a parafernália bélica composta de blindados, helicópteros, armamento, tropas adestradas são apenas paliativos que não têm poder para exclusão do comércio de drogas nas comunidades da periferia e nas avenidas asfaltadas. O Judiciário por sua vez, não tem critérios para distinguir usuários de traficantes e os processos atravancam o desempenho da Justiça porque são instaurados aos borbotões. Grande parte dos condenados foi presa com pequena quantidade e remetida para os presídios, notoriamente deficitários, para um curso completo de atividades criminosas. Mesmo com uma Lei Antidrogas, de 2006, que pretendia acabar com a pena de prisão para os usuários, substituindo-a por medidas alternativas, os magistrados continuam a enviar para presídios incautos portadores e simples viciados.
O problema é de dificílima solução, dada a sua magnitude, eis que além de crescer o número de jovens que procuram entorpecentes, os traficantes, em razão dos vultuosos ganhos, levam a oferta para escolas, universidades, centros sociais, estádios e locais de lazer como baladas e raves. Uma luta desigual e sem fim, onde pesa, inclusive, a corrupção que transforma agentes da sociedade em parceiros do crime. Incapaz de encontrar uma fórmula que equacione o problema foi instituída a Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, cuja proposta inicial é transferir para a área da Saúde e da Assistência Social e esquema prisional ficaria voltado apenas para as reincidências específicas e de vulto. Outras alternativas aventadas foram a descriminalização das drogas e o cultivo da canabis sativa pelos usuários, eliminando a figura do traficante. No Rio de Janeiro, inclusive, foi promovida, uma passeata em favor da maconha, liderada pelo ministro Cartos Minc, que foi repudiada pela sociedade, mas que não deixou de ter uma multidão de jovens entusiasmados.
Neste ano eleitoral, seguramente, as providências não se concretizarão, pois o tema é político e colocará em confronto parcelas ponderáveis da população e o temor da perda de votos é grande. Mas medidas definitivas precisam ser adotadas pois a situação já está fora de controle.
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