NA CONTRAMÃO dos escândalos que envolvem figuraças de Brasília, um grande segmento da mesma classe ora execrada pela população se articula com vistas ao pleito eleitoral deste ano. Além da própria presidência da República, candidatos a governos e parlamentos se movimentam na busca pela vitória este ano, o que cria uma movimentação sem precedentes nas campanhas eleitorais. De todos os municípios surgem pretendentes, uns com chances outros não, em busca do sonho de atuar por quatro anos numa assembléia ou mesmo no Congresso Nacional.
NESSA CORRIDA desenfreada, Nova Friburgo também tem os seus participantes, pré-candidatos. Os nomes não importam muito e, sim, a tentativa de se estabelecer uma liderança política regional numa área em que raros chegam à Alerj, como ocorreu no pleito de 2006 com as vitórias dos deputados estaduais Olney Botelho e Rogério Cabral.
Fragmentado pelo excessivo número de disputantes locais, o eleitorado divide-se novamente, impedindo que nomes friburguenses possam repetir a vitória com a mesma tranquilidade, interrompendo por mais quatro anos a pretensão política do município no contexto estadual. Os velhos caciques já não encantam mais o eleitorado e os novos ainda não mostraram independência nem maturidade política para assumir novas lideranças no contexto regional.
NÃO BASTASSE a divisão interna dos pretendentes, o eleitor friburguense é assolado por candidaturas fora do município que aqui aportam de quatro em quatro anos em busca do voto serrano. São conhecidos deputados e candidatos que se autointitulam ‘vozes friburguenses’ para os pleitos da cidade, repetindo a cantilena em outros municípios vizinhos também assolados por tais figuras. Alguns, efetivamente, conseguem realizar obras e outros projetos de interesse do município, porém, a grande maioria não apresenta nada em favor da região.
A ELEIÇÃO de 2010 será marcada pelo inconformismo e a descrença nas instituições políticas que ora estão sob o fogo cruzado das irregularidades. O trabalho das CPIS e os seus desdobramentos ainda poderão causar inúmeras surpresas na rota política até outubro. Contudo, o eleitor sai dessa crise mais calejado com as artimanhas políticas, podendo sufragar o inconformismo nas urnas.
PORÉM, nem tudo é lama na política nacional. Restam, ainda bem, aquelas vozes que saem em defesa da ética, da legalidade e da moralidade e que não compactuam com a parcela incriminada. Estes merecem a atenção do eleitor na busca para reestabelecer a credibilidade da classe política, fundamental à vida de qualquer nação democrática e progressista.
Deixe o seu comentário