No fim do mês de fevereiro, a Anvisa proibiu a venda de balas, refrigerantes e outros produtos não destinados à saúde. Além disso, medicamentos isentos de prescrição médica, como analgésicos e antitérmicos, devem ficar fora do alcance dos consumidores. Segundo tal norma, apenas medicamentos fitoterápicos e os sujeitos à notificação simplificada, como água boricada e glicerina, além de alimentos funcionais, como leite de soja, repositores energéticos e suplementos, por exemplo, podem ser vendidos normalmente. Administração de medicamentos injetáveis e inalatórios, verificação de pressão arterial e perfuração de orelha também continuam liberadas, sendo proibida, no entanto, a comercialização de brincos e piercings.
De acordo com o farmacêutico de uma drogaria localizada na Avenida Alberto Braune, Murilo Souto Maior, a nova determinação não deve trazer grandes consequências. “Normalmente quem vai a uma farmácia é porque já tem um medicamento certo para comprar ou, pelo menos, procura por algum remédio específico para aquilo que está sentindo. A compra de balas, sorvetes, entre outros, é secundária”, avalia.
Para Murilo, esta mudança deve atingir principalmente as drogarias de municípios menores. “Nas cidades com população reduzida é comum as farmácias virarem verdadeiros mercados. Nesses locais certamente o comércio de outros produtos tem uma significância muito maior no orçamento”, emenda. O farmacêutico afirma ainda que há uma liminar que permite a venda de medicamentos do modo como era feito antes da nova determinação legal. “A Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) conseguiu uma liminar junto à Lei 4.663, que regulamenta a venda de comércios em geral. No entanto, isso serve apenas para as farmácias filiadas à entidade. Quem não tiver essa filiação, ainda corre o risco de punição caso não se adeque à norma da Anvisa”, avisa.
Deixe o seu comentário