Ao contrário da ‘máxima’ do dramaturgo Nélson Rodrigues de que “mulher gosta de apanhar o homem é que não gosta de bater” hoje, felizmente, mulher tinha que apanhar e o homem que bater vai para a cadeia. Aliás, a explicação para tal frase, vem do seguinte episódio: “Um marido era desprezado e chutado pela esposa como um cão; um dia ao passar pela rua em que Nélson morava, cansou-se do tratamento que lhe era dispensado e aplicou nela uma surra de cinto. A vizinhança aplaudia e gritava bate mais, bate mais. Ao parar de bater por estar cansado, deu-se o inesperado, pois a mulher atirou-se aos seus pés aos beijos”. Ao escutar esse relato de suas vizinhas de rua, cunhou a famosa frase “Toda mulher gosta de apanhar”. Esse fato se deu no início da década de 50 do século passado.
Foi somente em sete de agosto de 2006, através da lei 11.340, conhecida como lei Maria da Penha que pela primeira vez, efetivamente, o Judiciário criou uma lei específica na defesa dos direitos da mulher. Em seu artigo 2º é dito: Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
É muito importante a divulgação dessa lei e de campanhas maciças em que se propaguem não só os direitos da mulher, mas também quais as providências que ela pode tomar ao se sentir ameaçada física ou psicologicamente, aliás, esta uma forma de agressão tão grave ou mais que a primeira.
Na sexta feira, cinco de março, no hotel Sanjaya através da Fundação Natureza, foi lançado pela professora Laura Mury o projeto Abrindo Novos Caminhos para a Conquista dos Direitos das Mulheres, com o apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do governo federal. O projeto visa à capacitação de profissionais das áreas de direito e psicologia para atendimento no serviço via internet Tecle Mulher. Esse serviço pode ser acessado pelo site www.teclemulher.com.br.
O Tecle Mulher entrou em atividade em 27/11/2007 com a proposta de dar apoio psicológico, orientação jurídica e encaminhamento às redes de serviços públicos para as mulheres vítimas de violência que têm acesso a essa tecnologia de informação. Na realidade o objetivo principal era atingir as classes A e B, principalmente, uma vez que muitas mulheres dessas classes não procuravam ajuda ou por se sentirem inibidas em utilizar o Disque Mulher ou, por medo da exposição ao fazerem uma denúncia na delegacia.
Acontece que o objetivo inicial foi suplantado não só porque ultrapassou as fronteiras do município, já que é acessado também por internautas de outros cantos do Brasil, mas principalmente, pela democratização da internet ao proporcionar a todas as camadas sociais, a comunicação virtual. Se em 2007 houve apenas 19 consultas, em 2009 esse número chegou a 290 e como a tendência é aumentar, é preciso que haja uma adequação para que o tempo de consulta e as orientações pertinentes com respostas às solicitações não passem de vinte e quatro horas.
É muito importante a divulgação desse tipo de prestação de serviço e de campanhas de esclarecimento para que, como disse Laura Mury, possamos construir os direitos humanos das mulheres e por extensão de toda a humanidade. É preciso que esse tipo de lixo que pesquei na internet, no site http://letras.terra.com.br/dfc/832975/ e que transcrevo a seguir, seja enquadrado na lei Maria da Penha e também de cadeia:
Letra da musica Mulheres II: Artista: D.F.C
Album: Otras
Música: Mulheres II
Mulher tem que apanhar Mulher tem que lavar Mulher tem que costurar
Mulher tem que passar Mulher tem que cozinhar Mulher tem que encerar
Mulher tem que me dar Mulher tem que calar Mulher tem que xxxxxxx
Tem que sofrer Tem que gemer Tem que calar
Tem que xxxxx Tem que me dar Tem que xxxxr
Tem que mexer Tem que apanhar Sem reclamar
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