A vermelho e branco do bairro mais populoso de Nova Friburgo abriu na noite do domingo de folia, dia 14, o espetáculo de quase oito horas de duração promovido pelas escolas de samba de Nova Friburgo na passarela da Avenida Alberto Braune. A agremiação comemorou seu 32º desfile no Carnaval, homenageando as óperas mais famosas em todo o mundo, desde a balinesa, nos idos do século 17, aos clássicos brasileiros de Heitor Villa-Lôbos e Carlos Gomes. Com o enredo Imperatriz Opus 32: quando a ópera do palco se encontra com a ópera do asfalto, o carnavalesco Lamoniê Ornellas ousou ao levar à passarela 1.700 foliões. O impressionismo que encantou a plateia começou logo com a comissão de frente, que representou a dança com um grupo de chinesas. A coreografia com efeitos promovidos com fitas e acrobacias empolgou.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Márcio e Andreia, abriu passagem para a apresentação das mais variadas formas de ópera, com a representação do dragão azul. No abre-alas a escola destacou o cortejo ao imperador e à imperatriz de Bali, que deu origem à ópera balinesa, seguido dos encantadores de elefantes. Os viajantes portugueses, misturados com Montiverdi e a ópera Orfeo, em Veneza, também estiveram por lá. Na segunda alegoria da escola, destaque para Mozart e a ópera na corte austríaca, numa reverência aos nobres com toda a imponência e luxo merecidos. Nas alas multicoloridas houve reverências às sopranos e tenores e até uma representação do Fantasma da Ópera. A tragédia deu lugar à comédia, afinal, é Carnaval, com os palhaços que relembraram a ópera Buffa e ópera do balé numa ala composta só por bailarinas. Elas abriram caminho para a Grand Ópera, de Carmen de Bizet e o Toureiro e Carmen, encarnados no segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira.
A bateria do mestre Fred transformou as orquestras de Haydn, Beethoven e Wagner em pura folia, seguida do carro O fosso da ópera, com reverência a Igor Stravinsky. Os talentos do Carnaval, Bidú Sayão e Joãozinho Trinta, ganharam homenagens especiais com as alas da ópera de rua. O Boi- Bumbá, de Pedro Malasartes, ganhou colorido especial. A eterna Xica da Silva também ganhou homenagem da Imperatriz no desfile com o terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, O contratador de diamantes, de Villa-Lôbos e até um casal infantil. A ópera brasileira pediu passagem com a alegoria Ópera dos trópicos, representando O Guarani, de Carlos Gomes, e as primeiras óperas suíças apresentadas em Nova Friburgo, a arquitetura neoclássica, o baile de máscaras e o Theatro Dona Eugênia, lembrando a batalha de flores dos antigos carnavais, numa alegoria de impressionar.
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