NA PRÓXIMA quarta-feira de Cinzas, será lançada oficialmente a Campanha da Fraternidade deste ano, tradicional ato realizado pela Igreja Católica do Brasil no período penitencial, conhecido como Quaresma. O tema deste ano é Economia e Vida. O lema é tirado do Evangelho segundo Mateus e carrega a seguinte mensagem: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”.
A CAMPANHA tem caráter ecumênico pela terceira vez, por ser promovida em conjunto pelas igrejas que fazem parte do Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil), como já aconteceu em 2000 e 2005 e levará para cerca de 50 mil comunidades cristãs discussões sobre a economia. O texto básico não poupa críticas à política econômica brasileira, à dívida interna, às taxas de juros, à carga tributária e ao sistema financeiro internacional.
A EXPECTATIVA é que mobilize igreja e sociedade a dar respostas concretas às necessidades básicas das pessoas, a partir da mudança de atitudes pessoais, comunitárias e sociais. O texto destaca que resultados contraditórios da história do Brasil mostram que as políticas econômicas sempre buscaram proteger o patrimônio e os investimentos dos ricos em detrimento da vida dos pobres.
OS EFEITOS nocivos das altas taxas de juros praticadas no país pelo governo Lula, diferentemente das promessas socializantes de sua campanha eleitoral, aliados à crise internacional permanecem neste último ano de mandato vitimando a sociedade produtiva organizada e afastando ainda mais a economia informal de sua ampla reestruturação.
A PRODUÇÃO industrial brasileira fechou 2009 com a maior queda dos últimos 19 anos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, o ano passado apresentou redução de 7,9% em relação ao resultado de 2008. Os índices das perdas de produção, conforme verificados, revelam que a crise econômica não está completamente debelada.
AVALIAÇÕES mais pessimistas mostram que os partidos políticos não evoluíram a ponto de deixar a sociedade brasileira esperançosa por melhores dias. Ao contrário, a onda de corrupção que assola algumas agremiações, mostra uma estrutura política frágil e inconsistente, afastada dos princípios democráticos da pluralidade e do respeito à cidadania.
OS PODERES públicos, incompetentes para gerir tamanha questão, não mostram sinais de que o quadro pode se reverter no curto prazo. A indústria nacional sente o peso da perversa tributação, o comércio sofre com a queda no consumo, os trabalhadores lamentam as correções salariais e a sociedade não consegue crescer de forma consistente e progressista.
PORÉM, o pessimismo decorrente da triste constatação, ganha uma folga com a chegada de mais um Carnaval. O Brasil fecha para sambar e só reabre na próxima quarta-feira.
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