Editorial - Perigo emergente

quinta-feira, 07 de janeiro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

NO ANO passado, as vendas de veículos caíram pelo mundo inteiro, mas algumas nações não sofreram reduções. Os países emergentes, especialmente China, Índia e Brasil, conseguiram manter seus mercados aquecidos — e a expectativa é que eles continuem a puxar o mercado global neste ano. O Bric – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China – destacou-se na venda de automóveis, com crescimento na casa de dois dígitos, enquanto o mercado global recuou cerca de 4%.

O BRASIL teve um aumento de 12,7% nas vendas, o quinto maior crescimento global, e consolidou o posto obtido em 2008 de quinto principal mercado do mundo. Ajudadas pela redução do IPI e pela recuperação da economia, as vendas de veículos somaram 3 milhões —novo recorde. E o mais sustentável do Bric. O bom momento do mercado automotivo no país deve prosseguir neste ano. A Fenabrave projeta uma expansão de 9,7% para 2010.

PORÉM, tantos veículos também revelam o seu lado negativo. Nos feriados de fim de ano, ocorreram nas estradas brasileiras 8.882 acidentes, que resultaram em 445 mortos e 5.693 feridos no período de 19 de dezembro a 3 de janeiro. De acordo com balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) houve aumento de 4% no registro de mortes. Segundo o Denatran, o aumento em 7% da frota e o excesso de chuvas no Sul e Sudeste fizeram com que essas regiões fossem responsáveis por dois terços dos acidentes nacionais.

A IMPRUDÊNCIA tem sido o maior fator dos acidentes, gerando uma onda de violência preocupante. A velocidade, conjugada com a bebida, não dá certo. E não adianta a fiscalização nas estradas, pois a mesma é insuficiente para coibir a combinação. Apesar de tudo, a Polícia Rodoviária Federal aponta um aumento dessas infrações. Resultado: mais acidentes, mais prisões.

O ASSUNTO não se esgota num noticiário ou numa decisão legislativa, apenas. Faz parte do contexto moderno, no qual o automóvel se transforma num patrimônio que deve ser respeitado. O compromisso não é só da autoridade. É de cada um que senta ao volante. Este jornal reporta com frequência um grande número de atropelamentos e colisões com vítimas, provocado pelo trânsito em nossa cidade basicamente por falta de uma maior conscientização sobre os riscos que esta difícil convivência provoca.

POR SUA limitada área de circulação e o excessivo número de veículos, Nova Friburgo deve se preocupar com o tema enfrentando o problema de frente e propondo saídas mais criativas e preventivas. Para tanto, é preciso unir os poderes públicos e a sociedade numa campanha generalizada de prevenção de acidentes. Os resultados seriam imediatamente sentidos, reduzindo os riscos hoje enfrentados. É uma questão de decisão política que, se adotada, transformaria a questão não em problema maior e, sim, numa solução civilizada para os dias de hoje.

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