Pesquisa da Firjan mostra que estado tem poucas áreas reflorestadas

quarta-feira, 06 de janeiro de 2010
por Jornal A Voz da Serra

O Sistema Firjan, por intermédio de seu grupo de agroindústria, realizou o levantamento da área ocupada com plantio de florestas no estado. O estudo, feito em parceria com o Sebrae e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), traz as principais conclusões do dimensionamento da área plantada e da estimativa da produção de madeira em nosso estado, sugerindo ações para impulsionar o desenvolvimento da silvicultura fluminense.

Intitulada Estimativa da Área Ocupada por Reflorestamento no Estado do Rio de Janeiro, a pesquisa mostra que no estado existem 18.427 hectares de florestas plantadas. Em comparação com outros estados, esta área é muito pequena. A título ilustrativo, os dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) mostram que Minas Gerais tem 1,1 milhão de hectares; São Paulo, 814 mil e Espírito Santo, 208 mil.

Diante deste cenário, a pesquisa do Sistema Firjan propõe que o estado do Rio adote como meta, para os próximos cinco anos, o plantio de cem mil hectares de florestas, o que corresponderia a 14% de suas áreas de pastagens. “O plantio desses 100 mil hectares de florestas poderia atrair para o estado grandes empresas que utilizam matérias-primas naturais”, afirma Antônio Salazar Pessoa Brandão, coordenador do grupo de agroindústria do Sistema Firjan.

Com base em informações do Censo Agropecuário de 2006 do IBGE, segundo o qual o estado tem 694 mil hectares de áreas com pastagens plantadas degradadas, o estudo da Firjan sustenta que parte dessas terras de baixa produtividade poderia ser usada para o plantio de florestas sem impacto expressivo sobre a produção pecuária.

Reflorestamento favorece Economia e Meio Ambiente

A pesquisa calcula que o plantio de florestas pode gerar uma receita bruta adicional de R$ 270 milhões anuais para os produtores rurais, considerando apenas a comercialização de lenha. A estimativa é referente à produção a partir do sexto ano. Com a nova fonte de renda (o ganho líquido seria de R$ 1.200 por hectare a cada ano), os produtores rurais poderiam investir na modernização de suas outras atividades.

“Os produtores teriam uma alternativa de renda, pois poderiam usar para o plantio de florestas aquelas áreas que têm baixa utilização para a agricultura. Com isso, gerariam empregos e recursos, principalmente no interior do estado, o que diminuiria a pressão migratória para os grandes centros. Haveria também serviços associados a essa atividade, como corte e processamento de madeira”, afirma Salazar.

De acordo com o estudo, o plantio de árvores em regiões com grandes extensões de áreas degradadas, como o Noroeste Fluminense, também iria favorecer a recuperação dessas terras. A atividade poderia ainda suprir fontes de matéria-prima para as indústrias de móveis e papel.

Ao mesmo tempo, o plantio de árvores ajudaria a manter os recursos hídricos através da redução da erosão e do aumento de infiltração de água no solo dessas regiões.

Mapeamento via satélite

O mapeamento das florestas plantadas foi inicialmente feito com base em imagens de satélite e as informações foram complementadas com trabalho de campo.

Foram identificadas 1.077 áreas de reflorestamento em todo o estado. O Médio Paraíba, com 8.587 hectares de florestas plantadas e a Região Serrana, com cerca de 4 mil hectares, concentram quase 70% dos reflorestamentos. As Baixadas Litorâneas registram 1.746 hectares; o Centro-Sul Fluminense 1.567, e a Região Metropolitana 1.199 hectares.

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