Como era de se esperar a reunião de Copenhague, uma das últimas esperanças para conter o aquecimento global e salvar o planeta Terra, foi um grande fracasso. Cerca de 140 líderes mundiais, do mais pobre ao mais rico, do mais inteligente ao mais ignorante, reuniram-se e perderam tempo e dinheiro, durante uma semana para discutir o que todos já sabiam: os países ricos não aceitam abrir mão de suas fontes de riqueza, poluentes ou não, os países pobres para crescerem têm de copiar a fórmula que ‘deu certo’; mesmo que para isso aumentem a temperatura da Terra a níveis que põem em risco a sobrevivência do homem.
Os primos ricos foram a Copenhague com o mesmo discurso dos descobridores de 600 anos atrás, em que a tônica era explorar as colônias, pagando um preço muito baixo pela matéria prima que após ser manufaturada, era revendida a preço de mercado. Assim se entende a proposta deles de não aceitarem diminuir seus índices de poluição e trabalharem para que os emergentes o façam. Ao serem obrigados a baixar sua produção, os pobres perderiam em competitividade, ficariam mais pobres ao terem de aumentar suas compras, mas o nível de poluição mundial permaneceria estável; o equilíbrio seria mantido.
A insensatez humana é uma questão que merece ser estudada, pois um antídoto que a neutralizasse, talvez devolvesse ao homem o equilíbrio necessário para colocar sua racionalidade a serviço da salvação de seu habitat e, em última análise, de si mesmo.
Há de se entender que tanto tempo depois o mundo mudou, o processo de educação melhorou o nível de cultura das pessoas, a comunicação propiciou um maior entendimento dos problemas globais e, hoje, não se aceita mais o discurso simplista de que o importante é o bem estar do meu país. Um exemplo disto vem da América do Norte, onde se os Estados Unidos no seu crescimento vertiginoso tivesse olhado um pouco para seu vizinho, o México, talvez tivesse minorado os problemas da imigração clandestina, da disseminação de drogas e da escalada da violência que tanto preocupam os americanos.
É imperiosa a cooperação entre as nações, pois o que está em jogo é a sobrevivência de todos, não importa se desenvolvidos, em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Existe, uma interdependência entre as nações, pois produção subentende venda, escoamento e consumo de um lado, e bem-estar e a vontade de consumir de outro.
Nova rodada de reuniões está agendada para o México em 2010, mais um ano vai ser perdido na tentativa de se encontrar meios de salvar o planeta. Não podemos ficar como os dois burrinhos que estavam amarrados pelo rabo, por uma corda mais curta que o monte de capim à sua disposição bem à frente de cada um. Isoladamente, eles faziam força na tentativa de chegar ao alimento e não conseguiam. No entanto, se fossem juntos a um monte e após comê-lo se dirigissem ao outro, ambos estariam alimentados e descansados. Nossos líderes têm que entender que o que está em jogo não é supremacia e sim, sobrevivência.
Que as festas de Natal e fim de ano, com todo o simbolismo de paz e amor que as cercam, iluminem a cabeça desses ‘burrinhos’.
Por Max Wolosker Neto
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