Benito di Paula vive noite festiva e emocionante em Nova Friburgo

segunda-feira, 07 de dezembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Teve quem achasse que ele não viria. Mas, cantaram a pedra errada: Benito di Paula, compositor friburguense radicado em São Paulo há mais de 20 anos, prestigiou a terra natal na noite da última quinta-feira, 3, quando foi homenageado pelo Grupo de Arte, Movimento e Ação (Gama), em cerimônia no Teatro Municipal do Suspiro. A noite era de Benito, mas ele não foi o único a sair de lá com um prêmio nas mãos: em seis categorias, artistas locais foram agraciados com o troféu criado pelo artista plástico Felga de Moraes, que levou o nome de Benito di Paula. Nada mais justo, afinal!

O Gama, criado há 43 anos, não promoveu esse esforço inédito na intenção de premiar talentos locais, visto que o grupo já lançou os troféus Galdino do Valle Filho e Guignard, ambos nascidos em Nova Friburgo, sendo, respectivamente, o criador do Dia da Criança e um dos mais importantes pintores brasileiros. Ou seja: quando se fala em perpetuar na memória do friburguense o nome de figuras relacionadas à arte local, o Gama é especialista. A inovação da noite ficou por conta do dinamismo, das boas surpresas, da torcida de amigos dos indicados ao prêmio e, principalmente, da bela canja que Benito di Paula deu, ao lado dos irmãos, ao final da festa.

De Burt Bacharat a Benito di Paula

Antes dos premiados da noite serem revelados, algumas performances musicais introduziram a solenidade festiva, com Ney Veloso, acompanhado do filho Cauã e do percussionista Sabará, que tocou uma música sua, em parceria com J. Veloso, Como eu amei, sendo aplaudido de pé. Ney agradeceu ao Gama a oportunidade de se apresentar para o irmão Benito. A seguir, Ivan Deolindo, acompanhado de Nicéia Veloso, também irmã do homenageado, que entrou de surpresa no palco, cantou Modificação, de Benito di Paula.

A noite continuou com A benção, seu Benito, música composta por Jaburu e executada por Teleco Ventura, acompanhado de músicos locais, antes de dar lugar à Banda Euterpe Friburguense, que junto à solista Lineia Schneider apresentou diversas músicas, começando por Burt Bacharat e culminando com Mulher Brasileira e Homem da Montanha, ambas composições de Benito.

Antes de convidar para subir ao palco os vencedores da noite, o Gama homenageou três pessoas importantes para a realização do evento: o apresentador do programa Bar’t’ Papo, Marcello Pinguim; o presidente do Departamento de Artes Visuais e Cênicas do Gama, Felga de Moraes, e o vereador Isaque Demani, responsável pela criação do Dia Municipal da Música, em 28 de novembro – data comemorativa criada por iniciativa do Gama, em homenagem ao aniversário de Benito di Paula. A seguir foi a vez dos premiados: como melhor compositor empataram Ney Veloso e Edu Quintanilha, que atribuiu ao primeiro o seu início como cantor na noite friburguense; Rodrigo Chermont, o China, como os amigos e familiares presentes na plateia o chamaram, levou o troféu de melhor instrumentista; como melhor cantor foi eleito Vilmar de Lima, que agradeceu a homenagem feita aos “músicos da noite, que não precisam sair da cidade para conquistar seu espaço”; a editora de A VOZ DA SERRA, Angela Pedretti, entregou o troféu de melhor cantora a Cirinha Veloso, também irmã de Benito di Paula; e o Toque Serrano ficou com o prêmio de melhor grupo.

Uma “canja” inesquecível

Benito subiu ao palco, elogiou os músicos premiados e o apresentador Paulo Carvalho – “Você tem uma bela voz, hein? Devia trabalhar no rádio” – lembrou dos tempos de juventude – “Eu pulava um carnaval na Euterpe que não era brincadeira, era de suar a camisa” –, distribuindo bom humor, e até Roberto Carlos Benito di Paula imitou. E ainda recomendou: “Gravei um DVD e espero que todos comprem, para chover na minha horta”.

Com o amigo Sílvio Queiroz, Benito dividiu a cena e descontraiu ainda mais a plateia. Aos 89 anos, tendo incentivado Benito a entrar para o teatro ainda na juventude, Sílvio se juntou ao compositor, que fez questão de cantar junto e contar piadas. Sílvio disse que o palco lhe dava saudades de fazer teatro: “O palco me contagia”, alertando que entre as definições comuns legadas à terceira idade preferia o termo experiente.

Depois foi a vez de Benito receber alguns presentes: um diploma de Pleno Cidadão destas terras de Dom João VI lhe foi entregue pelo presidente do Gama, Chico Figueiredo; uma bandeira do Gama, pelo filho do Felga, Humbertinho; um livro da família Miranda, dos jornalistas Reginaldo e Girlan Miranda, das mãos do secretário municipal de Cultura, Roosevelt Concy; um banner comemorativo da noite, das mãos de Felga de Moraes, e o troféu que levava seu nome, entregue pelo vereador Isaque Demani e o secretário Geral Braulio Rezende, representando o prefeito Heródoto Bento de Mello, em viagem à França. Benito elogiou o troféu criado por Felga – “que quebrou uma clave de sol e criou meu nome” – e agradeceu a Isaque e Braulio a deferência a sua mais que ilustre pessoa.

A noite terminou com uma palinha de Benito e seus irmãos, que fez todo mundo se levantar, aplaudir e cantar junto aquele momento tão especial, tão familiar. “A família Veloso é grande, não caberia todo mundo aqui nesse palco”, lembrou o músico, agradecendo mais uma vez a bela noite em sua homenagem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade