Por uma OAB de todos

sexta-feira, 30 de outubro de 2009
por Jornal A Voz da Serra
Por uma OAB de todos
Por uma OAB de todos

Quando fui convidada pelo doutor Rodrigo Guimarães, e pelo doutor José Carlos Alves para integrar uma chapa de ‘oposição’ a atual presidência da OAB me surpreendi. Essa surpresa se deu por vários motivos; primeiro, porque acho que não tenho nenhum perfil político, ou seja, não me via, até então, fazendo campanha nas ruas por uma mudança, ou tentando convencer as pessoas de que precisamos rever alguns conceitos; segundo porque me questiono sobre a competência de carregar o título de conselheira de uma entidade que desempenha um papel tão importante na nossa sociedade, como a OAB. Além disso, sempre temos a sensação de que, quando existe oposição, é porque alguma mudança é necessária, e essa oposição vem questionar o que deve ser mudado, o que pode gerar eventuais conflitos.

Mesmo assim tomei a decisão de me juntar aos meus colegas de profissão, jovens e experientes advogados, confesso muito mais motivada pela saudade que tinha da nossa OAB do tempo de Zé Carlos, onde nos sentíamos sim na ‘nossa casa’.

Lendo o título da nossa campanha OAB prerrogativas e cidadania, reflito sobre como é grande a minha responsabilidade nisso tudo. Eu mesma, pensando nessa história de ‘saudade’, comecei a me questionar: saudade de que? Por que achava que a OAB antes era minha casa e agora não é mais?

Tenho pensado na nossa cidade, no funcionamento da justiça, no acesso dos cidadãos ao judiciário e à própria OAB, e vi o quanto realmente importa a minha participação. Que impacto isso me causou!

Penso que muitas coisas podem ser feitas para melhorar todos os itens acima mencionados e que, com a minha participação efetiva, quem sabe realmente não poderemos mudar algo!

Espero, junto com outros colegas jovens, fazer cumprir todas as propostas da nossa chapa, enfrentando os problemas do nosso dia a dia, e transformando novamente a OAB na casa do advogado e do cidadão, defendendo nossos interesses e resgatando o status da nossa profissão como defensores da Justiça e da democracia. Aliás, democracia essa que se faz presente pelo simples fato da existência de uma ‘chapa de oposição’, que, na verdade, espelha o nosso desejo de eleger aqueles que consideramos mais comprometidos com os nossos interesses.

Por isso, venho expressar a minha satisfação em fazer parte de um movimento tão importante e necessário, e dizer o quanto me sinto lisonjeada em poder, sim, ir às ruas, me dirigir aos meus colegas, colocando as minhas insatisfações e a minha vontade de transformar a OAB naquilo que sempre acreditei que ela fosse: a nossa casa, a casa do povo, a maior defensora das nossas prerrogativas e da nossa qualidade de cidadãos. E é por isso que vou lutar sempre, enquanto for digna de me qualificar como advogada!

Renata Grandini, advogada.

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