A QUEDA do helicóptero da Polícia Militar do Rio, abatido durante incursão contra traficantes, mostrou a fragilidade do equipamento policial e a audácia da bandidagem com um aparato bélico invejável. E mais ainda: reforçou a política do confronto como prática nos morros cariocas, indiferente à grande maioria da população que corre desesperada buscando abrigo contra as balas trocadas.
LINDA e violenta é a cidade maravilhosa, que abrigará eventos esportivos mundiais, numa prova inequívoca de sua vocação turística e importância no cenário mundial. Porém, a falta de políticas sociais e um adequado sistema policial estão impedindo que a cidade ofereça, também, a segurança de seus moradores e dos futuros turistas.
NO RASTRO da violência carioca, autoridades nacionais estão se debruçando, felizmente, sobre o assunto. O ministro da Justiça defende o endurecimento das punições para traficantes; o Senado estuda o aumento do prazo para progressão de regime a condenados por crimes hediondos, inclusive o tráfico. E o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anunciou pacote a ser enviado ao Congresso propondo a modernização da legislação penal.
ALÉM do esforço federal, o governo do Rio está procurando suprir o déficit no contingente policial no estado com concurso público. Porém, embora necessário, o aumento do policiamento deve vir acompanhado de políticas de investimento na formação e na valorização dos recursos humanos para enfrentar a criminalidade.
O ORÇAMENTO federal destina cerca de 60% dos recursos da segurança em ações de valorização e educação profissional. Está certo o governo, pois a mudança traz um novo modelo de fazer segurança pública comprometido com os direitos humanos, fundamentado na qualificação do quadro policial e nos avanços científicos.
OS LOUROS da vitória esportiva do Rio por sediar tamanhos eventos podem ser comemorados convenientemente, desde que o governo ofereça à população condições dignas de segurança. Como viver numa cidade marcada pela violência? Como abraçar os turistas sem correr o risco de ser abatido por uma bala perdida?
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