“Todo trabalho enobrece
mas de alguns a gente se esquece
de homenagear e parabenizar
pela utilidade que vivem a realizar
21 de outubro, dia do lixeiro
para vocês, quiçá, serviço desagradável
que torna nosso ambiente mais agradável
até livra de todo mau cheiro
Já tentei imaginar o que seria
se resolvessem fazer uma greve
mesmo que fosse uma bem breve
certamente a todos situação irritaria
A você meu amigo e colaborador
minha singela homenagem
creia, tens um trabalho de imenso valor
limpeza e beleza na paisagem”
(Por Sueli do Espírito Santo)
Eu estava mesmo querendo escrever um artigo sobre o Lixeiro, esse trabalhador na maioria das vezes desconhecido, pois são poucos os que o conhecem pelo nome, se é que sabem da sua existência a não ser quando deparam com suas latas livres do lixo que produzem diariamente. Foi assim, pesquisando na Internet, que descobri ser o 21 de outubro o dia do Lixeiro, essa profissão ‘suja’, mas que nos causaria grandes dissabores se não existisse.
Então, mesmo com atraso, saúdo os lixeiros da minha rua pelo seu dia e aproveito o meu espaço para prestar uma homenagem a todos os lixeiros de Nova Friburgo.
Faça chuva faça sol, de dia ou de noite, esses verdadeiros malabaristas do asfalto estão nas ruas, muitas vezes pondo em risco a própria vida, para tornar nosso quotidiano mais agradável. E haja preparo físico para desempenhar essa profissão, pois exige a força de um halterofilista e a rapidez de um corredor. Aliás, muitos de nós somos capazes de ficar exaustos só de acompanhar o trabalho desses profissionais.
Foi Pedro Aleixo Gary, na época do império, a primeira pessoa a assinar um contrato de limpeza urbana, no Brasil, datado de 11 do outubro de 1876. Seu trabalho consistia em remover o lixo das casas e da praia, na cidade do Rio de Janeiro, além de limpar as ruas após a passagem dos cavalos. É em função do seu sobrenome que os lixeiros são também chamados de garis, apesar de, na prática, exercerem atividades diferentes, pois o trabalho destes últimos é mais de limpeza e conservação das ruas enquanto que aos lixeiros é destinada a colheita do lixo residencial, industrial e hospitalar.
Procuramos saber sobre a implantação da colheita de lixo em nossa cidade e, infelizmente, não encontramos nada a respeito, mas de acordo com Jayme Jaccoud, memória viva da cidade, esse recolhimento era feito por funcionários da própria Prefeitura, a princípio em carroças de tração animal e posteriormente, por caminhões abertos. Foi somente, a partir da década de 90 do século passado, com a criação da EBMA (Empresa Brasileiro de Meio Ambiente, administrada pela Queiróz Galvão), que a cidade passou a ter uma concessionária específica para o lixo. Procuramos o doutor Alex Sandro Gomes, gerente da EBMA, e apesar da sua boa vontade em nos ajudar, não existe acervo sobre a história da colheita do lixo anterior à chegada da Queiróz Galvão.
De qualquer maneira fica aqui registrado o meu muito obrigado aos lixeiros da cidade e, tenho certeza, que esse agradecimento é também o de toda a população de Friburgo.
Por Max Wolosker Neto
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