Profissão: Lixeiro

quarta-feira, 28 de outubro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

“Todo trabalho enobrece

mas de alguns a gente se esquece

de homenagear e parabenizar

pela utilidade que vivem a realizar

21 de outubro, dia do lixeiro

para vocês, quiçá, serviço desagradável

que torna nosso ambiente mais agradável

até livra de todo mau cheiro

Já tentei imaginar o que seria

se resolvessem fazer uma greve

mesmo que fosse uma bem breve

certamente a todos situação irritaria

A você meu amigo e colaborador

minha singela homenagem

creia, tens um trabalho de imenso valor

limpeza e beleza na paisagem”

(Por Sueli do Espírito Santo)

Eu estava mesmo querendo escrever um artigo sobre o Lixeiro, esse trabalhador na maioria das vezes desconhecido, pois são poucos os que o conhecem pelo nome, se é que sabem da sua existência a não ser quando deparam com suas latas livres do lixo que produzem diariamente. Foi assim, pesquisando na Internet, que descobri ser o 21 de outubro o dia do Lixeiro, essa profissão ‘suja’, mas que nos causaria grandes dissabores se não existisse.

Então, mesmo com atraso, saúdo os lixeiros da minha rua pelo seu dia e aproveito o meu espaço para prestar uma homenagem a todos os lixeiros de Nova Friburgo.

Faça chuva faça sol, de dia ou de noite, esses verdadeiros malabaristas do asfalto estão nas ruas, muitas vezes pondo em risco a própria vida, para tornar nosso quotidiano mais agradável. E haja preparo físico para desempenhar essa profissão, pois exige a força de um halterofilista e a rapidez de um corredor. Aliás, muitos de nós somos capazes de ficar exaustos só de acompanhar o trabalho desses profissionais.

Foi Pedro Aleixo Gary, na época do império, a primeira pessoa a assinar um contrato de limpeza urbana, no Brasil, datado de 11 do outubro de 1876. Seu trabalho consistia em remover o lixo das casas e da praia, na cidade do Rio de Janeiro, além de limpar as ruas após a passagem dos cavalos. É em função do seu sobrenome que os lixeiros são também chamados de garis, apesar de, na prática, exercerem atividades diferentes, pois o trabalho destes últimos é mais de limpeza e conservação das ruas enquanto que aos lixeiros é destinada a colheita do lixo residencial, industrial e hospitalar.

Procuramos saber sobre a implantação da colheita de lixo em nossa cidade e, infelizmente, não encontramos nada a respeito, mas de acordo com Jayme Jaccoud, memória viva da cidade, esse recolhimento era feito por funcionários da própria Prefeitura, a princípio em carroças de tração animal e posteriormente, por caminhões abertos. Foi somente, a partir da década de 90 do século passado, com a criação da EBMA (Empresa Brasileiro de Meio Ambiente, administrada pela Queiróz Galvão), que a cidade passou a ter uma concessionária específica para o lixo. Procuramos o doutor Alex Sandro Gomes, gerente da EBMA, e apesar da sua boa vontade em nos ajudar, não existe acervo sobre a história da colheita do lixo anterior à chegada da Queiróz Galvão.

De qualquer maneira fica aqui registrado o meu muito obrigado aos lixeiros da cidade e, tenho certeza, que esse agradecimento é também o de toda a população de Friburgo.

Por Max Wolosker Neto

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