Nova Friburgo perde uma grande personalidade do Direito: Ronaldo Pedrosa

terça-feira, 27 de outubro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Nova Friburgo perdeu no último fim de semana uma das figuras mais atuantes nos meios jurídicos, culturais e sociais do município. O juiz Ronaldo Leite Pedrosa faleceu na noite de sábado, 24, aos 54 anos, vítima de um infarto fulminante enquanto jogava futebol na quadra do condomínio Sítio da Pedra, no Vale dos Pinheiros, onde residia. Ele começou a passar mal por volta das 20h15 e foi levado por familiares ao Hospital Municipal Raul Sertã, onde já chegou sem vida. A morte repentina do magistrado abalou não só o meio jurídico e acadêmico da região, como toda a comunidade friburguense.

Nascido em Tombos (MG), doutor Ronaldo Pedrosa era um dos mais destacados juízes da região por conta do seu profissionalismo e dedicação. Formado em 1978 no curso de Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), doutor Ronaldo ingressou inicialmente na Polícia Civil, tendo atuado em seguida como defensor público e promotor de Justiça. Mudou-se para Nova Friburgo no final dos anos 80 e iniciou sua carreira na magistratura no começo da década de 90. Era o magistrado mais antigo da Comarca de Nova Friburgo, onde atuou como juiz criminal, diretor do 9º Nurc (Núcleo Regional da Corregedoria de Justiça) e diretor do Fórum de Nova Friburgo. À frente do cargo implantou um projeto cultural para valorizar os artistas da região, destinando um espaço nos corredores do Fórum Rivaldo Pereira Fontes para exposições isentas de propósitos comerciais. A iniciativa de popularizar e democratizar as obras produzidas pelos artistas da região deu tão certo que prossegue até hoje.

Atualmente o juiz Pedrosa era representante do III Núcleo da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj) e juiz titular do I Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Especial Criminal (Jecrim), onde teve uma atuação marcante na agilização dos processos e audiências. Também foi juiz eleitoral em diversos pleitos, além de promover com frequência seminários e encontros sobre temas de interesse jurídico.

A vasta experiência adquirida na magistratura, fez dele um dos mais respeitados professores do curso de Direito da Universidade Estácio de Sá, campus Nova Friburgo. Admirado pela capacidade de transmitir conhecimento de forma simples e objetiva, doutor Ronaldo Pedrosa contribuiu para a formação de centenas de advogados e bacharéis em Direito. Autor de quatro livros e com dezenas de artigos e trabalhos publicados, ele atualmente estava concluindo sua tese de doutorado em Direito Público pela Unesa.

Sempre presente em eventos sociais do município, doutor Pedrosa também gostava de dançar e praticar capoeira, além de ser um apaixonado por Nova Friburgo. Prova disso é que, apesar dos requisitos para promoção ao cargo de desembargador, preferiu continuar atuando na comarca do município. Sua exemplar dedicação fez com que fosse agraciado em 2006, pelos seus méritos, pela Câmara Municipal com o título de Cidadão Friburguense.

O corpo do juiz foi velado no último fim de semana, no salão do Tribunal do Júri do Fórum de Nova Friburgo, onde estiveram representantes de diversos segmentos da sociedade, além dos muitos familiares e amigos que ele colecionou ao longo de uma trajetória pautada pela ética e compromisso com a justiça. O legado deixado por doutor Ronaldo foi enfatizado por vários juízes, promotores e serventuários que trabalharam a seu lado.

O sepultamento do magistrado ocorreu às 17h de domingo no Cemitério Luterano de Nova Friburgo, com grande acompanhamento. Além da viúva, a advogada Leila, o juiz deixa duas filhas maiores e dois enteados. À família enlutada, direção e equipe de A VOZ DA SERRA enviam os votos de pesar.

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