Editorial - O futuro como presente

quinta-feira, 22 de outubro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

O MÊS do idoso, como está sendo comemorado outubro, até que está sendo benevolente com a terceira idade. Projetos de leis de autoria de vereadores friburguenses estão sendo votados na Câmara, oferecendo mais benefícios a quem já passou por tantos sacrifícios e ainda enfrenta tantos outros. A Idade avançada carrega consigo, infelizmente, alguma deficiência e as políticas voltadas a esse tipo de assistência têm avançado no país, mas ainda não complementam as exigências dos deficientes.

É TÍMIDO o crescimento do processo de inclusão social dos grupos considerados especiais na região. Da falta de rampas para cadeiras de rodas à falta de compreensão, o compromisso familiar e a caridade de poucos são as principais garantias para quem necessita de um pouco mais de cuidado para atravessar uma rua e seguir o caminho. Enquanto o Estatuto dos Portadores de Necessidades Especiais ainda tramita no Senado Federal em busca da integração social e do pleno exercício dos direitos individuais e coletivos sequer as normas relativas aos considerados normais são cumpridas.

AS CIDADES precisam ser atualizadas em diretrizes e procedimentos que garantam o acesso e a locomoção de toda a população e não apenas de suas supostas maiorias. O Brasil tem aproximadamente 30 milhões de portadores de algum tipo de deficiência, dos quais pelo menos 14% têm alguma deficiência física, revela o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se de um conjunto significativo da população que precisa ser levado em conta em projetos das cidades.

O PAÍS já tem cidades que podem ser consideradas referência no respeito à dignidade da pessoa portadora de deficiência. As condições de acessibilidade do município de Blumenau, por exemplo, são comparáveis somente a cidades do Japão e da Austrália. Há muito a cidade desenvolve uma política de inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais e hoje é um município referência nacional.

UMA CIDADE acessível, para todos, não beneficia exclusivamente as comunidades de pessoas portadoras de deficiências; ela se estende a muitas outras comunidades que enfrentam também dificuldades de acesso urbano, ou seja, uma cidade que garante o acesso às crianças, às mulheres grávidas, aos idosos, etc. Trata-se de uma rede de ações integradas em várias atividades: remoção de barreiras físicas, projetos de moradias populares e acessíveis, transportes adaptados e acesso a informações preventivas.

FRIBURGO ainda tem que desenvolver mais políticas de favorecimento aos portadores de deficiência, possibilitando a este grupo uma vida melhor. Tais políticas devem passar não apenas pelo Executivo, através de seus programas sociais. Deve, também, contar com o apoio dos demais poderes e da sociedade organizada, numa ação integrada que possa redundar em melhorias para a qualidade de vida dos deficientes e, por extensão, a toda a comunidade.

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