Entre as inúmeras formas de contar uma história, são os musicais aqueles que carregam o maior charme. As músicas, principalmente quando reconhecidas internacionalmente ou ficam marcadas por uma geração, costumam servir como guias de referência cultural, muitas vezes possibilitando a localização tempo-espaço dos ouvintes. Assim, não haveria outra forma de mergulhar numa narrativa que tem como expectativa retratar uma década que já passou – ainda mais quando tal década já somam quatro.
Os anos 60 ficaram marcados por uma série de mudanças até hoje verificáveis e reconhecidas em todo o mundo que, francamente, nunca mais foi o mesmo. As revoluções mais marcantes estiveram presentes na forma transada das roupas dos jovens, em sua arte contestadora, com peças de teatro que iam além dos palcos e invadiam as ruas, filmes que discursavam para além da realidade, músicas, muitas de protesto, incendiavam os ouvintes, davam a cara e até as cores que marcariam a época.
Claro que só temos acesso às coisas boas que ficaram dessa época – como nós, aqueles que ouviram os sons atordoantes dos Beatles e Janis Joplin pela primeira vez, também tiveram de peneirar bastante até encontrá-los. Assim como hoje, sempre existiu a música ruim, o negócio é sobreviver a elas.
O espetáculo 60 O Musical, dirigido e produzido por Bernardo Dugin (que teve sua trajetória teatral ligada aos grupos Taca e Gama), conta a história de um programa de rádio desses anos brilhantes. Com uma hora de duração, o programa tem carta dos ouvintes, jingles e vinhetas de comerciais, além de muita música e dança. E é tudo ao vivo, com os dez atores/cantores lembrando a todos como eram bons os anos do iê-iê-iê.
Ah, e há bailarinas, também. São dez delas, vindas da Marqui Cia. de Dança, que se apresentam e dão vida ao espetáculo, servindo de elenco de apoio, ao som de Elvis Presley, Frank Sinatra, The Beatles, The Carpenters e grandes canções da Jovem Guarda nesta verdadeira viagem pelo tempo, repleta de surpresas e emoções.
A ser encenado nos dias 18, 19 (às 21h) e 20 (às 19h), no Teatro Municipal do Suspiro, 60 O Musical tem texto de Bibiana Beurmann, direção e produção de Bernardo Dugin (que em seu currículo também tem o trabalho de produtor com Sura Berditchevsky, numa peça infantil de Gabriel, o Pensador, e atualmente cursa O Tablado na PUC-Rio), preparação vocal de Lanúzia Pimentel, figurinos de Carla Azevedo e coreografias de Geraldine Marqui. No elenco, Anike Couto, Bernardo Dugin, Carmen Lúcia, Ivana Machado, Lucas Braune, Lucas Veiga, Miguel Toscano, Núbia Gremion e Tamires Braga.
Outra curiosidade que deverá atrair os saudosistas de plantão: o hall de entrada do teatro terá uma exposição de fotos de Nova Friburgo dos anos 60, com personalidades, objetos e propagandas que marcaram época. 18 ANOS
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