Editorial - Liberdade em risco

sábado, 05 de setembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

A IMPOSIÇÃO de restrições à internet durante o período eleitoral, que consta do projeto de reforma eleitoral aprovado pela Câmara dos Deputados, é de uma ignorância sem par. Foi bastante criticada por especialistas no assunto e revela a incompreensão da classe política com os meios de comunicação, sem falar no medo da crítica. Foi mais um passo para trás dado contra a liberdade de imprensa.

ESPECIALISTAS consideram que a lei, tal como está, é nociva para o jornalismo na internet e uma agressão à liberdade de expressão do público e dos veículos de comunicação. É uma mordaça que se coloca sobre a atividade jornalística, já baqueada com a recente decisão do STF em não reconhecer o diploma de jornalismo como documento válido para o exercício da profissão.

A INTERNET, é bom os políticos se lembrarem, é a expressão mais viva do vigor democrático. As ditaduras tentam de todas as formas cerceá-la, como se viu recentemente na China, no Irã, na Venezuela e nos demais regimes ditatoriais do mundo. Porém, os regimes autoritários não conseguem dominá-la e é um instrumento de valor inestimável para todos os partidos.

ATÉ O MINISTRO da Justiça não acredita que a restrição do uso da internet terá efeito prático durante a campanha eleitoral. A internet é um direito do cidadão e será usada independente de regulamentação restritiva, legal ou ilegalmente. E também é bom recordar que o presidente dos Estados Unidos Barak Obama utilizou amplamente o recurso durante sua campanha e mostrou ao mundo o quanto a internet é capaz de realizar.

NÃO HÁ DÚVIDA que o uso da Internet deverá dominar o debate político sobre a reforma eleitoral. Blogs, sites, e twitters farão a diferença. A imparcialidade dos blogs independentes é determinante na formação da opinião, afinal blogs não têm compromisso político com ninguém a não ser com a essência da democracia.

COM 67 MILHÕES de internautas, o Brasil é a quinta nação do mundo em número de conectados e impedir a sua livre utilização é retrocesso que não tem espaço no mundo globalizado. A interatividade que a mídia possibilita com o eleitor não poderá ser contida através de medidas palacianas, ainda mais quando se sabe do pouco uso dessa ferramenta pelos políticos.

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