Pais reclamam da demora no resultado do teste do pezinho

sexta-feira, 04 de setembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

A Apae, instituição responsável pela realização do teste do pezinho no município, está levando pelo menos três meses para entregar o resultado do exame. A informação foi confirmada em ligação telefônica para a própria Apae. O coordenador, Flávio Mello, confirma que o exame está levando, em média, 60 dias úteis para ficar pronto, mas os pais são orientados a buscar o resultado dez a 15 dias depois deste prazo, “por garantia”.

Uma leitora que entrou em contato com A VOZ DA SERRA, conta que levou seu bebê à Apae para fazer o teste do pezinho no dia 12 de maio, cinco dias depois do nascimento e o resultado só chegou no dia 12 de agosto, exatos três meses depois da coleta. “Felizmente, estava tudo bem, mas fiquei me perguntando. E se não estivesse? Se meu filho fosse portador de fenilcetonúria e não pudesse ingerir nenhum tipo de proteína animal, inclusive o leite materno?”, questiona.

A demora pode, de fato, ocasionar sérios problemas, pois se o exame apontar a existência de fenilcetonúria, o tratamento nutricional deve ser iniciado o quanto antes. Caso contrário, a criança pode vir a apresentar deficiência mental, dificuldades para sustentar a cabeça, irritabilidade, convulsões e distúrbios do comportamento. No caso da anemia falciforme, a outra doença do metabolismo que pode ser diagnosticada através do teste do pezinho feito pelo SUS, a demora não tem maiores consequências. Mesmo assim, o quanto antes a família receber a orientação necessária, melhor.

Flávio esclarece que a demora está ocorrendo por conta de um atraso no repasse de verbas federais para a Apae Rio que teria impedido a aquisição dos filtros necessários para a realização do exame. Depois de entrar em contato com a sede, Flávio garantiu que até novembro a situação será normalizada.

A Apae é a entidade que centraliza a realização do teste do pezinho pelo SUS no município, exame este que também pode ser feita em alguns laboratórios particulares, a um preço médio de R$ 180. A diferença é que neste caso, o teste detecta até 40 patologias enquanto o do SUS, apenas três - fenilcetonúria, hipotireoidismo e anemia falciforme.

Flávio garantiu que o laboratório da Apae Rio, onde os exames são processados, faz uma triagem e, caso seja detectada alguma anomalia, a família é avisada imediatamente, ou seja, bem antes do prazo dado pela instituição. No entanto, não conseguiu localizar uma família que tenha recebido este comunicado. Segundo ele, não têm sido registrados casos destas doenças no município.

Apesar de obrigatório desde 1992, mais de 15% dos recém-nascidos não fazem o teste do pezinho, que deveria ser feito entre o terceiro e o sétimo dia de vida. O problema é que muitas crianças ainda nascem de forma rústica e seus pais não têm informações sobre a importância do exame. Em Friburgo, o índice de bebês que não faz o exame é bem menor. De acordo com Flávio Mello, apenas 5% deixa de fazer o teste.

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