Uma tradição perdida diz respeito à arte de se contar histórias – uma atividade que vem sendo recuperada na cidade, entre outros, por conta de investidas do escritor infantil e secretário do Pró-Leitura, Álvaro Ottoni. Na mesma intenção podem-se observar esforços semelhantes sendo empregados na construção da peça A Canção de Assis, onde a trama, confiada a elementos típicos de contos de fadas, é caracterizada por uma sucessão de fatos bastante familiar, ainda que contenha suas surpresas.
De autoria do roteirista e dramaturgo Júlio Fischer, que tem em seu currículo as novelas O Profeta, Era uma vez..., Coração de Estudante e o Sítio do Pica-pau Amarelo, das quais foi coautor, A Canção de Assis será encenada no domingo, 9, às 16h, no teatro do Sesc. Com realização da Brasil com Arte Companhia Teatral, a peça faz parte da 9ª Mostra Sesc CBTIJ, e apresenta em sua montagem um jeito divertido de entrar em contato com sentimentos nobres, como a amizade e a confiança.
Voltada para o público infanto-juvenil, o espetáculo traz a história de Pedro, um bom garoto, que ao ser abandonado por sua tia, conhece Jeremias, um burrinho inteligente, sozinho e triste. Desse encontro, surge uma amizade. Os dois, porém, são separados pela ganância de dois vilões que se interessam pela inteligência do burrinho. Buscando o amigo perdido, Pedro conhece Francisco de Assis, um jovem simples, alegre e que possui o dom de falar com a natureza. Os dois, então, saem à procura de Jeremias.
A peça, que tem duração de 60 minutos, custa R$ 8, R$ 4 (estudante e idoso) e R$ 2 (comerciário), no dia 9 de agosto, a partir das 16h. livre
Como a trama desta história se justifica na pontuação necessária do ser humano em relação à natureza, não é de se espantar que um de seus personagens se chame Franscisco de Assis, visto que está em contato com o universo através de sua capacidade de ouvir o que os animais falam.
As características deste personagem em muito lembram a de São Francisco de Assis, cuja oração (que pode ser conferida abaixo), muito tem a ver com esta trama.
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna...
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