Churrasco salgado: friburguenses já sentem no bolso o aumento no preço da carne

Gás de cozinha e combustível também tiveram reajuste
quarta-feira, 27 de novembro de 2019
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
Churrasco salgado: friburguenses já sentem no bolso o aumento no preço da carne

 

Verão e fim de ano chegando... Bebida gelada, fogo na brasa, mas o tradicional churrasco vai ficar mais salgado com o reajuste médio de 34% no preço da carne bovina. Nesta reta final de 2019, o consumidor vai ter que colocar menos carvão na churrasqueira se não quiser queimar boa parte do 13º. O motivo do aumento vem da China, país que atravessa uma grave crise no consumo de carne suína (o país é o principal produtor). Criadores na China tiveram que abater mais de um milhão de porcos por causa de um surto de peste suína africana. Essa crise afeta o mercado mundial, inclusive o Brasil

Para substituir a carne suína condenada, a China aumentou a importação quantidade de carne bovina. O país asiático agora é o principal comprador dos produtos brasileiros, superando a Arábia Saudita, que ocupou o topo pelos últimos 20 anos. O aumento da demanda da China fez com que tivéssemos uma pressão sobre a nossa produção interna, já que somos grandes produtores mundiais de carne bovina. A grande saída do produto fez aumentar o preço.

Em Nova Friburgo, já é possível constatar a alta na tabela dos açougues. O quilo do do contra filé, por exemplo, é vendido a uma média de R$ 35; a picanha a quase R$ 40 e alcatra R$32. Muito procurado, o acém não sai por menos de R$ 19.

William Rocha, filho do famoso Ary Churrasqueiro (foto), seguiu os passos do pai. De acordo com o churrasqueiro, a variação de valor no preço da carne, pesa muito no orçamento. “É um tiro no escuro. Passar orçamentos agora está difícil. Há pouco tempo fiz um com valor de R$ 33 para o quilo do contra filé e quando fui ao mercado, ele já custava R$ 37,90. Repassar a informação é preciso, mas torna um complicador. O cliente não entende que o novo preço é por conta do aumento das carnes. Por se tratar de um produto onde o sabor é fundamental, comprar em uma promoção e guardar acaba alterando o sabor da carne”, contou William.

Em média, um churrasco para 50 pessoas, tendo no cardápio contra filé, linguiça, drumet, copa lombo, coração de galinha, pão com pasta, banana, açúcar e canela, o custo era de R$ 780. Agora, um churrasco desse porte fica em R$ 1.170, quase R$ 400 mais caro.

Mais aumentos

Desgraça pouca é bobagem.  O friburguense mal digeriu o novo preço da carne e se depara com mais aumentos nos combustíveis e no gás. A Petrobras anunciou na última sexta-feira, 22, o aumento de 4% no preço do botijão de gás de cozinha. Este foi o quarto aumento somente em 2019. O último reajuste foi em outubro, quando os preços subiram cerca de 5%. Mas o aumento nos preços não para por aí. Além da possibilidade de cada distribuidor alterar os valores, ainda serão acrescidos o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) são alguns deles. Mão de obra, logística e margem de lucro também podem ser aplicados na quantia final.

Em Nova Friburgo, o preço do botijão ainda não foi reajustado. Até esta quarta-feira, 27, o produto era comercializado a R$ 65, valor promocional. Todas as distribuidoras consultadas por A VOZ DA SERRA afirmam que não sabem até quando vai a promoção e que o valor pode mudar de um dia para o outro.

A Petrobras elevou o preço da gasolina nas refinarias em cerca de 4% nesta quarta-feira, 27. O reajuste é a segunda alta em pouco mais de uma semana. Com a decisão, a gasolina atingiu cerca de R$ 1,92 por litro, maior valor desde o fim de maio. O último reajuste tinha sido feito no dia 19, quando o preço da gasolina foi elevado em 2,8%, após mais de 50 dias sem alterações. Em Nova Friburgo, a gasolina comum nos postos  chega a R$ 4,99, o litro. 

 

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